Curitiba Antes do relógio deste domingo (26) cravar 13h, o centro de Curitiba, no espaço entre a Boca Maldita e a Praça Osório – local de concentração e partida da Zombie Walk – , já estava lotado por milhares de foliões veteranos e estreantes dispostos a aterrorizar e se divertir em uma das programações mais genuínas da capital.
A notícia do cancelamento da marcha por parte da prefeitura de Curitiba, na semana passada, causou susto e decepção aos foliões que, quase em coro, admitiram estar aliviados com a realização do evento que acontece tradicionalmente todo domingo de Carnaval desde o ano de 2009.
Na edição anterior, o evento que começou pequeno com um número de participantes inferior a 20, trouxe para as ruas curitibanas mais de 20 mil pessoas e, segundo os organizadores da marcha, 2017 terá um novo recorde.
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Tamanho otimismo se deve ao tempo firme e ao volume de pessoas que vieram para a Boca Maldita muito antes do início da marcha que cruza a Rua XV de Novembro com destino ao Paço Municipal, segue pela Rua Riachuelo e termina na praça 19 de Dezembro. No destino final, cinco bandas se apresentarão ao longo do dia.
Duas das responsáveis pela organização da Zombie Walk desde a primeira edição, a produtora cultural Flavia Nogueira, 42 anos, e a professora de Artes Angélica Cristina da Silva, 33 anos, contaram que a mobilização contra o cancelamento do evento na quarta-feira passada que dois dias depois foi revisto pela prefeitura de Curitiba compensou todo o transtorno.
"Mesmo diante da incerteza sobre a realização do evento, constatar que Curitiba gosta da gente, da Zombie Walk, compensou todo o desgaste e o esforço de fazer valer esse evento ano após ano", explica Angélica, que veio para a marcha deste ano caracterizada de Caveira Colorida. " Apesar de todo o transtorno causado no nosso planejamento, já que chegamos a dispensar alguns profissionais que tinham outros trabalhos, com toda essa manifestação de apoio pela marcha, conseguimos mobilizar tantas pessoas, que a Banda Blindagem também integrará o time de artistas que farão show no Praça 19 de Dezembro", acrescenta Flavia, que veio à marcha 2017 como a personagem principal do filme Elvira Rainha das Trevas.
Também integrante da organização da marcha desde 2009, o professor Doca Soares, que sempre vem caracterizado de caveira para facilitar a identificação, também se disse surpreendido com a reação positiva da cidade, frente a decisão de se cancelar o evento. "Não esperávamos que o assunto fosse mobilizar tanta gente. Isso serviu para mostrar que a Zombie Walk é de domínio público, acima de qualquer mudança na gestão e que o evento é da cidade e pertence a Curitiba", destaca. "Após o entendimento com a Fundação (Fundação Cultural de Curitiba), que acreditamos ter sido um problema de falta de comunicação pela mudança de equipe, na nossa visão a marcha acabou sendo catapultada para uma dimensão ainda maior na importância dela para a cidade", avalia.
Soares esclareceu ainda que com exceção do apoio logístico e a segurança, a marcha não recebe qualquer recurso financeiro municipal ou estadual, tampouco é patrocinada. "Apenas contamos com parcerias como os maquiadores que cobram apenas o custo do material, e empresas que ajudam com o carro de som, ônibus palco e equipamentos".