O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) prendeu no final da tarde de quinta-feira (28) o vereador do município de Xambrê (Noroeste), Devair José da Silva (PT), por envolvimento com tráfico de drogas após a Justiça decretar a prisão preventiva do parlamentar.
Ele foi eleito pela primeira vez no ano passado com 243 votos, ficando no sétimo lugar entre os vereadores mais lembrados pelo eleitorado do município.
Durante a madrugada de quinta-feira, quatro pessoas foram detidas pela Polícia Militar de Umuarama com uma carga de quase 270 quilos de maconha escondidas no fundo falso de um caminhão. A droga seria transportada para o Estado de Minas Gerais.
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Investigação conduzida pelo Gaeco de Cascavel apontam a ligação do vereador com o grupo detido. Desde de setembro, Silva é monitorado com escutas telefônicas autorizadas, que indicam o transporte de drogas para São Paulo e Minas Gerais. Além disso, os presos teriam confirmado que Silva seria o proprietário da droga.
Segundo a promotora do Gaeco, Juliana Vanessa Stofela da Costa, este foi o primeiro transporte realizado pelo grupo desde o início da investigação. "Nas escutas, o vereador comenta que não iria trabalhar com 'coisas pequenas' dando prioridade ao transporte de grande quantidades de drogas. No entanto, as investigações não apontaram o uso do cargo público para facilitar as atividades ilícitas", informou.
A promotora lembrou que a denúncia partiu do Ministério Público (MP) de Xambrê com suspeitas do envolvimento do vereador com o tráfico de drogas na cidade. No entanto, a investigação revelou que os entorpecentes eram transportados para outros estados. "Após as prisões, vamos trabalhar na conclusão do inquérito para oferecer denúncia ao juiz de Xambré", acrescentou.
Silva dormiu a primeira noite na delegacia de Xambrê, mas a Polícia Civil confirmou que trabalha para que o vereador detido seja transferido para uma penitenciária.
O advogado de defesa, Luciano Gaioski, informou que aguarda autorização da Justiça para ter acesso ao processo com intuito de analisar o caso.
Segundo ele, os quatro detidos não teriam afirmado durante interrogatório que a droga seria do vereador. Sobre o cargo de vereador, Gaioski disse que ficará responsável pela parte criminal enquanto outro advogado deve acompanhar a questão na Câmara.