Pouco mais de 15 dias após ter início a vigilância por câmeras no Terminal Urbano de Londrina, o setor de segurança comemora a diminuição dos furtos e atos de vandalismo. Entretanto, nos banheiros, onde é proibida a instalação dos equipamentos, delitos continuam sendo praticados em plena luz do dia. Na tarde da última quarta-feira (12), por exemplo, os vigilantes flagraram um homem de 26 anos tentando abusar sexualmente de um adolescente de 14 anos. O rapaz, que é casado e pai de dois filhos pequenos, confessou mas foi liberado porque o ato não foi consumado. Agora, terá que se explicar à Justiça.
O chefe do setor de segurança do Terminal Urbano de Londrina, Dejalma Antonio, admitiu que os vigilantes estão dedicando atenção especial aos sanitários, únicos pontos onde não existem câmeras de vigilância porque a legislação não permite. ''Pelas câmeras, conseguimos ver quando alguém fica muito tempo num determinado ponto de ônibus ou circulando pelo terminal sem fazer nada. No caso dos banheiros, temos nos atentado bastante porque ainda trazem problemas'', disse.
Ele contou que na última quarta-feira, um homem entrou em um dos banheiros acompanhado de um adolescente de 14 anos. Alertados por um outro usuário, os vigilantes foram checar o local e encontraram o homem e o garoto semi-nus fechados em um dos boxes. ''Ele estava prestes a cometer o crime'', comentou o vigilante. O homem, que trabalha como desossador em um frigorífico de Cambé, estava sendo monitorado pelos seguranças. Ele teria chegado no Terminal duas horas antes e perambulava por entre as plataformas.
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O menor e o rapaz de 26 anos foram levados para o 1º Distrito Policial (Região Central) juntamente com a mãe do adolescente, que foi comunicada pelo pessoal da segurança do terminal. Em seu depoimento, o desossador acabou confessando que entrou realmente no banheiro com o adolescente mas alegou que não forçou a situação. Acompanhado da mãe, o garoto declarou que o homem teria pedido para ele acompanhá-lo até o banheiro.
Como o abuso sexual não foi configurado, o rapaz assinou um termo circunstanciado de infração penal (Tecip) por importunação ofensiva ao pudor. Como o delito é classificado como de menor potencial ofensivo, o rapaz foi liberado após assumir o compromisso de comparecer ao Juizado Especial Criminal para se explicar. Nesta fase, ele poderá ser denunciado pelo Ministério Público. A liberação do adulto foi criticada pelo chefe de segurança do terminal. ''Estranho que não foi registrado como flagrante. Mesmo com todas as provas que demos, o rapaz acabou sendo liberado''.
Folha de Londrina