O juiz da 3ª Vara Criminal de Londrina, Juliano Nanuncio, condenou a jovem Mikaeli Cristina dos Santos, 23 anos, a 12 anos de reclusão em regime fechado por ter tentado matar um taxista na noite do dia 27 de agosto do ano passado na avenida Duque de Caxias, na região central de Londrina. O motorista levou uma facada no pescoço e perdeu o controle do veículo. Ele ainda atravessou o canteiro e bateu contra um motociclista de 29 anos que vinha no sentido contrário da avenida.
Segundo a denúncia oferecida pelo Ministério Público, Mikaeli foi até o ponto onde o taxista trabalhava, na avenida Bandeirantes, ao lado do hospital Evangélico, e pediu uma corrida. O endereço informado era justamente perto do prédio da prefeitura de Londrina, na Duque de Caxias. Quando já estavam chegando, a jovem sacou uma faca e desferiu contra o pescoço do taxista, que conseguiu segurar a mão da passageira.
O Ministério Público alterou o conteúdo da denúncia de roubo simples para latrocínio tentado, por entender que a jovem queria matar o taxista para roubar o carro.
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"Ele me chamou para um programa"
Mikaeli negou todas as acusações ao ser interrogada. Ela inverteu a declaração da vítima, argumentando que havia sido abordada por ele na avenida Bandeirantes. De acordo com os esclarecimentos da jovem, o condutor lhe propôs uma carona e perguntou qual seria o valor do ''programa". Ela respondeu que "faria por R$ 30".
A passageira disse que o taxista lhe pediu para entrar no carro, pois a levaria à sua residência após manterem relação sexuais. Depois do ato, ela pediu para que ele a levasse até um orelhão na avenida Duque de Caxias, pois ligaria a um traficante para comprar crack.
O motorista, logo depois de ouvir a resposta, teria agredido e injuriado a jovem, além de ordenar que saísse do táxi. Ela se negou a interromper a corrida e foi golpeado com socos. Depois de entrarem em luta corporal, o taxista perdeu o controle e bateu contra o motociclista.
Motorista nega
Também convocado para prestar esclarecimentos, o taxista negou a versão da ré. Ele disse que, quando estava chegando no endereço repassado no início da corrida, parou o automóvel e, repentinamente, Mikaeli o apunhalou no pescoço. Assustando, ele se virou e viu a acusada preparando um segundo golpe. Foi então que ele conseguiu segurar a faca, imobilizando-a.
A facada atravessou o pescoço, chegou até a boca e por pouco não atingiu a jugular, conforme relatos dos médicos que o atenderam. O punhal não foi localizado quando a Polícia Militar chegou.
"Eu nunca fui amigo dela"
Minutos após a batida, Mikaeli contou aos policiais que era amiga do motociclista de 29 anos atingido pelo táxi. O rapaz disse que desconhecia a razão pela qual a jovem havia feito tal afirmação. Ele não soube informar se o taxista ficou lesionado, até porque desmaiou ao cair da motocicleta.
Os dois PMs que atenderam a ocorrência confirmaram a versão apresentada pelo motorista. De acordo com juiz Juliano Nanuncio, a palavra da vítima e o depoimentos dos policiais estão "em perfeita consonância". O magistrado disse "não haver dúvidas de que os ferimentos provocados no pescoço da vítima tinham a intenção de provocar sua morte".