O Ministério Público (MP) pediu a prisão preventiva do clínico geral Arcênio Iaquinto Filho, que mora em Curitiba e mantém uma clínica em Londrina. Ele é acusado de prescrever remédios para emagrecimento cuja associação é proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e de expedir receitas em nome de falsos pacientes. Pelo menos 12 mulheres de Londrina e Ibiporã receberam as fórmulas.
Conforme denúncia oferecida pelo promotor de Defesa da Saúde Pública de Londrina, Paulo Tavares, desde outubro do ano passado o médico vinha receitando anfetaminas, que determinam dependência física e psiquíca, combinadas com ansiolíticos (substância calmante). ''Para que não se configurasse a associação dessas substâncias, ele as prescrevia em receitas distintas, uma em nome do paciente, outra em nome de algum amigo ou familiar'', explicou o promotor.
Entre os 12 casos relacionados na denúncia, há o de mãe e filha - ambas pacientes do médico - que ''cruzaram'' receitas para burlar a fiscalização.
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Segundo Tavares, os crimes foram descobertos após uma vistoria realizada pela Vigilância Sanitária Municipal em uma drogaria de Londrina. ''Desde o ano passado ele já respondia a inquérito pelo mesmo motivo. Também recebeu uma pena de advertência da Secretaria Municipal de Saúde, onde foi instaurado procedimento administrativo'', ressaltou.
O promotor denunciou o clínico por tráfico de entorpecentes (pena de 5 a 15 anos de prisão), devido às fórmulas receitadas, e falsidade ideológica (pena de um a três anos de prisão).
No pedido de prisão, o promotor salienta que a associação de anfetaminas e ansiolíticos é ''altamente prejudicial à saúde humana, podendo provocar a morte de quem dela faz uso'', exemplificando com o caso da paciente Luciani Zanutto de Oliveira da Silva, morta em agosto de 2001, em Londrina. O médico da cabeleireira chegou a ficar quatro meses preso. Outro clínico da cidade foi denunciado pelo MP, mas seu pedido de prisão não foi acatado.