A PF (Polícia Federal), o Cope (Centro de Operações Especiais) e a Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) deflagraram, na manhã desta terça-feira (20) a Operação Duplo Risco para desarticular três organizações criminosas especializadas no tráfico transnacional de entorpecentes. A PF contou, no decorrer da operação com o apoio das Polícias Espanhola, Suíça e Portuguesa, e nesta data, conta com o apoio aéreo da Polícia Militar.
Estão sendo cumpridos sete mandados de prisão preventiva no Brasil, três mandados de prisão na Europa (dois na Espanha e um em Portugal), 80 mandados de busca e apreensão nos Estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo, bem como ordens de bloqueio de contas bancárias, sequestros e apreensões de imóveis e veículos de luxo, visando a descapitalização dos grupos.
Os municípios em que estão sendo cumpridos os mandados são: no Paraná: Arapongas, Contenda, Curitiba, Fazenda Rio Grande, Francisco Beltrão, Mandirituba, Paranaguá, Pinhais, Piraquara, São José dos Pinhais; São Paulo: Ribeirão Preto; Santa Catarina: Balneário Camburiu e Barra Velha.
Leia mais:
Homem condenado por estupro contra própria enteada é preso em Maringá
Homem é preso ao ser flagrado com 26 pés de maconha que plantou no quintal em Cambira
Promotores acusam juíza de cometer abusos em investigação relacionada a Gusttavo Lima
Motorista de caminhão é preso após acidente com morte em Siqueira Campos
Investigação
No decorrer da investigação, que iniciou em 2017, foi possível efetuar aprofundamento do modus operandi destas organizações, o que possibilitou à PF compreender o funcionamento das etapas dos crimes praticados, desde a cooptação de aliciados (comumente chamados de “mulas”), a preparação das malas com droga, a compra de passagens e hospedagens, a orientação e os roteiros para aliciados, até a última etapa, de entrega da droga para os traficantes no exterior.
Os aliciados eram preparadas para se passarem por turistas e assim levar a droga para o exterior, em especial para a Europa, Ásia e Oriente Médio. Às vezes, as organizações convenciam os aliciados para levarem seus próprios filhos menores de idade nestas viagens, como mais uma forma de tentar ludibriar a fiscalização.
Estes grupos causaram prejuízo social, uma vez que cooptam jovens que não possuem histórico criminal, geralmente pessoas de baixa renda, sob promessas de lucros fáceis e exorbitantes, iludindo-os com a possibilidade de viagens à Europa com todas as despesas pagas, inclusive aquisição de vestuário.
Os investigados vão responder pelos crimes de tráfico transnacional de entorpecentes, organização criminosa e lavagem de dinheiro, com penas que podem chegar a 33 anos de prisão.
Nome da operação
A expressão “DUPLO RISCO” remete ao fato de que muitos dos aliciados “mulas” viajaram do Brasil à Europa transportando cocaína e no retorno trouxeram drogas sintéticas correndo, portanto, o risco de serem presos duplamente em cada viagem.