A Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc) do Paraná está apurando qual seria a relação do ex-deputado estadual Fabio Camargo com um esquema de "delivery" de cocaína que funcionaria na lanchonete Waldo X-Picanha Prime, em Curitiba. Segundo a titular da Denarc, Camila Cecconello, na última quarta-feira, quando a polícia invadiu o local e prendeu sete pessoas, encontrou uma conta de telefone de Camargo com o mesmo endereço do estabelecimento e outros papeis do antigo escritório de advocacia do hoje conselheiro do Tribunal de Contas (TC) do Estado.
"Foram apreendidos alguns documentos que ligavam o nome dele ao endereço e vamos fazer várias oitivas para apurar o porquê. Temos 30 dias para concluir o inquérito", afirmou a delegada. A investigação foi desencadeada há sete meses e já resultou na prisão de dez suspeitos, que atuavam em quatro lanchonetes.
Um dos presos, Alexandro Cardoso, de 36 anos, apontado inicialmente como dono da franquia, foi funcionário comissionado de Camargo na Assembleia Legislativa (AL). Conforme o Portal da Transparência da AL, ele trabalhou na 5ª Secretaria da Casa, entre junho de 2011 e janeiro de 2013, e na 4ª Secretaria, até julho do ano passado, quando o ex-parlamentar renunciou para concorrer ao cargo no TC. Camila disse, porém, que apesar de Cardoso comandar os negócios, o Waldo X-Picanha Prime pertencia a outra pessoa, cujo nome está sob sigilo. "Vamos ouvir o proprietário, para que ele esclareça a situação."
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O filho do ex-presidente do Tribunal de Justiça (TJ) Clayton Camargo está afastado das suas funções no TC por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), até o julgamento do mérito de uma liminar que questiona supostas irregularidades no pleito que o elegeu. Apesar do afastamento, ele segue recebendo o salário de conselheiro, de cerca de R$ 25 mil. A FOLHA tentou contato com o ex-parlamentar, mas as ligações caíram na caixa postal.