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Ouro Negro

Presa quadrilha que atuava com contrabando em Itaipu

Redação Bonde
28 mai 2007 às 11:25

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A PF apreendeu na casa de Tedesco 170 caixas de cigarro, um revólver sem registro, R$10 mil em espécie e R$16 mil em cheques - Divulgação/PF Cascavel
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A Polícia Federal desencadeou nesta segunda -feira (28) uma operação para desarticular uma organização criminosa que atuava principalmente com contrabando e descaminho na região do Lago de Itaipu.

A operação, denominada Ouro Negro, cumpre mandados de prisão e 43 de busca e apreensão. Cento e cinquenta e sete policias federais cumprem os mandados em quase toda a costa oeste do estado do Paraná e Mato Grosso do Sul. Em Cascavel, a PF prendeu Reinaldo Tedesco, 60, por posse ilegal de arma de fogo e contrabando.

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Na casa dele foram encontradas 170 caixas de cigarro e um revólver calibre 38, sem registro. Os policiais federais arrecadaram ainda na residência R$10 mil em espécie e R$16mil em cheques.

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Reinaldo já havia sido preso duas vezes pela prática de contrabando. A PF agora está procurando pelo filho dele, Ariel Tedesco, contra quem também há mandado de prisão, pela mesma prátivca ilícita.

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Segundo relatório da Polícia, a princípio, acreditava-se que a quadrilha era especializada no contrabando de pneus, motivo pelo qual denominou-se a Operação de Ouro Negro. Posteriormente, detectou-se que eles variavam o produto contrabandeado de acordo com o mercado e facilidade de escoamento.


O contrabando normalmente tinha início na compra de grande quantidade de mercadorias no Paraguai e sua conseqüente distribuição pelo Brasil. O fornecedor paraguaio ficava responsável pela colocação do produto em local pré-determinado na margem paraguaia do Lago de Itaipu, por onde a grande maioria das mercadorias atravessava para o Brasil. Os produtos eram recepcionados por brasileiros que residem no Paraguai e possuem fazendas às margens do Lago e estocados em depósitos, até a passagem pelo Lago que era feita com barcos e balsas. Durante a travessia as pessoas atuavam como barqueiros, carregadores e na função de "batedores" (olheiro ou quem escolta a carga), não existindo funções pré-definidas.

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Ao chegar ao porto brasileiro os volumes eram carregados em caminhões de pequeno e médio porte e transportados até o depósito, normalmente localizado em zona rural nas proximidades do porto utilizado. O transporte até o destinatário final era feito normalmente através de caminhões de grande porte e carretas, com os volumes acondicionados em fundos falsos. Os pagamentos eram feitos em contas correntes de interpostas pessoas, para evitar o rastreamento dos verdadeiros credores.


Desde outubro de 2005, a operação resultou na apreensão de cerca de R$ 2.300.000,00 em mercadorias e em várias prisões, devido aos 21 flagrantes realizados.

Os presos responderão pelos crimes de contrabando (art.334), formação de quadrilha (288) e corrupção ativa (333) e passiva (317). As penas somadas podem chegar a oito anos de prisão.


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