A rebelião na Casa de Custódia de Maringá, no Norte do Paraná, já passa de 20 horas. Às 7h30 desta terça-feira (30), as negociações foram retomadas pelas equipes da Polícia Militar (PM), representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Secretaria Estadual de Justiça (Seju).
Na madrugada, por volta das 1h50, mais um agente penitenciário foi liberado. Segundo a diretoria da Casa de Custódia, ele estava tranquilo e foi atendido pelo Siate com ferimentos leves. Ele foi levado ao Pronto Socorro municipal e passa bem.
Familiares dos detentos passaram a noite no local e estão bem agitados. Eles carregam faixas de protesto e reclamam da falta de notícias por parte das autoridades responsáveis.
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No meio da manhã, os presos incluíram mais um item na lista de reivindicações. Segundo a Polícia Militar, eles exigem transferências para outras unidades do estado. Vale lembrar que o governador do Paraná, Beto Richa, proibiu as transferências de presos por meio de decreto publicado no dia 22 de outubro, como "medida para conter e evitar rebeliões nas penitenciárias". Apesar disso, a situação segue tranquila e as autoridades prometeram avaliar as solicitações.
Os 90 detentos também pedem acesso aos corredores, remissão das penas, materiais para manufatura de artesanato, melhorias na alimentação, respeito às famílias e visitas, além de aumento de assistência social e jurídica.
O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), Anthony Johnson, garantiu que está acompanhando a situação e voltou a destacar a precária condição de trabalho enfrentada pelos profissionais. "Precisamos de maiores investimentos no sistema e esperamos que o novo Secretário olhe de uma forma diferenciada para nós a partir do ano que vem", pediu.
Esta é a 24ª rebelião em registrada somente neste ano no Paraná. Ao todo, 52 agentes foram feitos reféns. "Esperamos que tudo acabe bem e que todos sejam liberados", disse.
A rebelião na prisão de Maringá começou às 15h de ontem, nas galerias 31 e 32. Cerca de duas horas depois, um agente foi liberado após ficar ferido com golpes de estoque, arma feita pelos presos com pedaços de ferro.
A Casa de Custódia de Maringá abriga 636 presos e tem capacidade para 654.
(Atualizada à 10h46) (Com informações do repórter Celso Felizardo, da Folha de Londrina).