A rebelião na Casa de Custódia de Maringá já dura 42 horas e segue indefinida. Na manhã desta quarta-feira (31), as negociações foram retomadas pela Polícia Militar, representantes da Ordem dos Advogados do Brasil e pelo novo secretário de Segurança Pública do Paraná, Fernando Francischini.
De acordo com o tenente Cláudio Rocha, do 4º Batalhão de Polícia Militar (PM), a situação está tranquila e os ânimos dos familiares controlados do lado externo da prisão. "Suspendemos as negociações durante a madrugada e reiniciamos no começo da manhã. O secretário está tratando do assunto pessoalmente com os detentos", explicou em entrevista ao Portal Bonde. Mais um agente foi liberado por volta das 8h40. Ele não tinha ferimentos e passa bem.
Ainda segundo ele, a expectativa é que os presos encerrem o motim até o final da manhã. "Dois agentes penitenciários ainda estão em poder dos presos, mas esperamos que a rebelião termine", disse.
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O Relações Públicas da PM ainda explicou que existe um complicador no que diz respeito à exigência de transferência de detentos, já que o Poder Judiciário está em recesso por conta do fim de ano. "Quem está tratando dessa questão é o Secretário de Segurança, mas por enquanto, não haverá transferências", adiantou.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), Anthony Johnson, os detentos que foram liberados ontem - um de madrugada e outro à tarde - não tinha ferimentos. "Existe o transtorno psicológico que é inevitável", ressaltou. Ele ainda disse vai tentar diálogo com o novo gestor da pasta após o fim da rebelião, cobrando maiores investimentos no setor para a gestão do próximo ano.
Cerca de 50 homens da PM, além do batalhão de Choque de Londrina, estão no local garantindo a segurança no entorno.
Atualmente, a penitenciária abriga 636 presos e tem capacidade para 654.
A rebelião
A rebelião começou às 15h de segunda-feira (30), quando cerca de 90 detentos tomaram as galerias 31 e 32. A princípio, sete agentes penitenciários foram feitos reféns pelos amotinados. Um acabou ferido após ser golpeado com estoque, arma de ferro artesanal feita pelos detentos. Ele foi liberado no mesmo dia. Nesta terça-feira (30), outros foi profissionais foram libertados.
Os detentos pedem acesso aos corredores, remissão das penas, materiais para manufatura de artesanato, melhorias na alimentação, respeito às famílias e visitas, além de aumento de assistência social e jurídica. Durante a manhã de ontem, incluíram a transferência para outras unidades na lista de reivindicações. No entanto, o governador do Paraná, Beto Richa, proibiu as transferências de presos por meio de decreto publicado no dia 22 de outubro, como "medida para conter e evitar rebeliões nas penitenciárias".
(Atualizado às 10h40).