Desde a noite de 24 de outubro, quando ao menos 5 pessoas foram assassinadas e 6 ficaram feridas à bala na Grande São Paulo, a região vive uma sequência ininterrupta de noites violentas, com alto índice de homicídios. Ao menos 128 pessoas foram mortas a tiros de acordo com levantamento feito pelo estadão.com.br entre aquela quarta-feira e a sexta-feira dia 9.
O período entre a noite de quinta-feira, 8, e a madrugada do dia 9 foi, inclusive, um dos mais violento: ao menos 12 pessoas foram mortas e ao menos 10 ficaram feridas em apenas cinco horas.
Entre as vítimas desde o dia 24 estão seis policiais militares. Neste ano, 90 agentes da corporação já foram assassinados. A maioria estava de folga e quase metade dos casos têm características de execução, segundo o comandante-geral da PM, coronel Roberval França.
Leia mais:
Novos deslizamentos interditam completamente a BR-277 na Serra da Esperança, em Guarapuava
Pai é preso por agredir filha de nove meses no Noroeste do Paraná
Operação 'Little Mouse', da PF, mira empresas de rastreamento veicular em Londrina
‘Gerente’ do tráfico na zona norte de Londrina é preso em flagrante
Parte expressiva dos ataques nas noites e madrugadas têm ainda um aspecto comum: os assassinos estavam em motos e conseguiram fugir sem serem identificados.
O avanço da violência levou o governo do Estado a ocupar favelas e bairros considerados focos de homicídios na cidade. Na madrugada de 29 de outubro, por exemplo, a ocupação de Paraisópolis por mais de 500 PMs deu início a essas ações, batizadas pelo governo de Operação Saturação.
Paraisópolis é considerada uma das fortalezas do Primeiro Comando da Capital, o PCC. De membros da facção criminosa na área partiram ordens para a execução de policiais em São Paulo, segundo o governo estadual.
O crescimento dos assassinatos em São Paulo levou, inicialmente, a um bate-boca entre autoridades dos governos federal e estadual. A disputa foi interrompida com o anúncio do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, no dia 6 de novembro, da criação de uma agência de atuação integrada das polícias federal e estadual a fim de enfrentar organizações criminosas.
Mapa. O mapa acima é uma amostra das mortes que aterrorizaram a cidade nas últimas semanas. Cada ponto indica a área aproximada de um ataque. Em azul, estão apontados os crimes contra agentes do Estado. Em vermelho, os mortos ou feridos considerados civis - com ou sem ficha criminal. As marcas amarelas indicam mortes de suspeitos em supostos confrontos com a polícia.