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Aumento de casos

Precisamos tratar abuso contra crianças na internet como uma pandemia, diz ativista britânico

Pedro S. Teixeira/Folhapress
01 fev 2024 às 16:18
- Reprodução/Canva
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A violência contra crianças na internet ultrapassa fronteiras, está em alta e, por isso, deve ser enfrentada como se fosse uma pandemia, diz o diretor-executivo da aliança global WeProtect, Iain Drennan. "Como podemos prevenir e impedir que isso aconteça?" é a questão essencial.

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"Há chances de uma criança no Brasil se tornar alvo de um criminoso do Reino Unido", exemplifica o ativista. Nenhum governo é capaz de enfrentar esse problema sozinho, acrescenta.

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A WeProtect reúne 102 países, 67 empresas, 93 organizações da sociedade civil e dez organizações intergovernamentais para traçar estratégias contra abusos dirigidos a menores de idade. Irlandês, Drennan conversou com a Folha de S.Paulo, via videoconferência, de Londres, onde fica baseado o escritório da aliança.


O grupo detectou um aumento de 87% nos casos relatados de violência sexual e psíquica contra crianças e adolescentes nas redes entre 2019 e 2022, em revisão de dados com fontes como Unicef e a Representação Especial do Secretariado-Geral da ONU sobre Violência Contra Crianças. 

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As ameaças incluem assédio, criação de imagens sexualizadas com uso de inteligência artificial e extorsão -apenas em 2022, foram cerca de 32 milhões de episódios.


Para Drennan, a resposta a esse "desastre global de saúde pública" deve envolver as plataformas de internet (redes sociais e jogos), os governos locais (com regulação e fiscalização), os pais e as próprias crianças, que devem ter as ferramentas necessárias para navegar com liberdade e segurança nas redes.

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"Precisa haver uma cultura de conformidade para que as empresas, se estiverem operando e ganhando dinheiro no Brasil, precisem cumprir a legislação local, caso queiram continuar em funcionamento", diz o diretor-executivo da WeProtect.


Entre os riscos para crianças e adolescentes no horizonte da internet, a entidade destaca as plataformas de inteligência artificial geradoras de imagem, uma vez que elas permitem que criminosos criem cenas erotizadas de menores de idades.

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As imagens sintéticas complicam uma resposta aos abusos, por imporem uma etapa a mais às investigações: identificar se a foto é real ou não. "Os agressores estão usando IA para contornar as medidas de proteção e facilitar o abuso", afirma Drennan.


Além disso, podem usar essa tecnologia para extorquir jovens, sem precisar convencê-los a enviar imagens constrangedoras. Segundo o relatório da WeProtect, muitos cibercriminosos se passam por meninas no mundo online e abordam predominantemente meninos com idades entre 15 e 17 anos, por meio das redes sociais.

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A pesquisa indica que os criminosos levam, em média, 45 minutos para aliciar menores de idade.


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A Câmara dos Deputados aprovou na última quinta-feira (7) um projeto de lei que criminaliza gerar imagens íntimas de mulheres com inteligência artificial e, quando a prática visasse menores de idade, a pena seria agravada. O texto, entretanto, não trata homens vitimados por esse abuso. O projeto agora está sob apreciação do Senado.

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O relatório da WeProtect mostra que crianças e jovem LGBTQIA+, de minorias étnicas ou com deficiência estão em maior risco. "Esses grupos acabam especialmente expostos ao abuso sexual infantil, uma vez que a desigualdade também chega ao cuidado e ao acesso à informação."


Existe uma lacuna entre como as crianças vivem a internet e como os pais ou educadores avaliam essa experiência que precisa ser superada com educação nos dois lados desse elo, de acordo com o ativista.


Como bom exemplo de medida protetiva a abusos cometidos com inteligência artificial contra crianças, Drennan cita uma legislação australiana, implementada em setembro. A lei exige que as grandes empresas tecnológicas tomem medidas para garantir que os produtos de IA não possam ser utilizados para gerar imagens e vídeos falsos sobre abuso sexual infantil.


"Esses riscos reforçam a urgência de que os desenvolvedores de plataformas pensem em segurança desde o princípio do projeto", afirma a WeProtect, em seu relatório.


A proposta que tramita no Congresso não responsabiliza os desenvolvedores da tecnologia.


Por outro lado, Drennan afirma que os riscos não devem inibir a liberdade das crianças na internet e os benefícios da tecnologia. "Vimos durante a pandemia de Covid o quanto isso foi importante. Sabemos que, nas redes, os jovens estão socializando, explorando a sexualidade, mas precisamos minimizar os riscos. Isso requer a união de governos, empresas e comunidades para desenvolver soluções."


Numa boa prática, as próprias crianças devem ter escolha sobre as opções de privacidade disponíveis em um jogo ou rede social, conforme o especialista. Esse grau de ingerência pode evoluir junto com o avanço da idade do jovem.


Para a WeProtect, a política de proteção a crianças do TikTok criou um bom precedente. Usuários de 13 a 17 anos têm acessos e configuração padrão diferentes.


Os jovens de 13 a 15 anos têm contas com diretrizes de privacidade mais restritas, já a partir do cadastro. Certas funcionalidades só podem ser acessadas a partir dos 16 anos, como o chat privado. A medida diminui o risco dos encontros aleatórios com estranhos na internet.


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