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Vida e obra de Helena Kolody viram filme

Katia Michelle Pires
26 jan 2004 às 09:31
Durante duas tardes, o apartamento em que Helena Kolody mora, no centro de Curitiba, se transformou em set de filmagem para o documentário - Mauro Frasson
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Quando a poeta curitibana Helena Kolody terminou a leitura do roteiro do documentário ''Helena de Curitiba'', baseado na sua vida e obra, ela disse para a diretora Josina Melo: ''você está me revelando a mim mesma''. Para Josina, também autora do roteiro do filme, não poderia existir recompensa melhor. Há mais de uma década, a diretora pretende levar à tela parte da vida de uma das mais conceituadas escritoras paranaenses.

Tentou há 11 anos, mas a burocracia das leis de incentivo a impediu de levar o projeto adiante. Agora, com o apoio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, Josina está finalizando a captação de imagens do média-metragem, previsto para ser lançado em março desde ano.

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Com cerca de 30 minutos de duração, o documentário aborda a vida da poeta, desde a infância, a juventude como professora e os momentos marcantes da carreira. A diretora qualifica o projeto como um ''documentário romântico''. ''Eu decodifico em imagens algumas poesias que retratam passagens da vida dela'', conta.

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Muitas cenas são externas, filmadas na Lapa, a 81 quilômetros de Curitiba e no interior do Estado. Algumas imagens reproduzem a época em que Helena Kolody lecionava, no Instituto de Educação de Curitiba, com direito a figurino reconstituído. Foram reproduzidos 20 uniformes usados pelas alunas na época.

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Além de figurantes, a diretora utiliza três atrizes que fazem Helena na infância, adolescência e durante a juventude. Fotografias antigas da escritora, filmadas em VHS há 11 anos, na primeira tentativa de Josina de realizar o documentário, entrevistas com a escritora datadas da mesma época e entrevista atuais também integram o documentário.


A produção do filme começou em outubro do ano passado e as filmagens estão acontecendo desde dezembro. Josina prefere não revelar o orçamento do média-metragem, mas conta que está trabalhando com um ''orçamento apertado'', já que do total do projeto, foram cortados R$ 24 mil.

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Esta é a primeira direção assinada por Josina. O tema foi escolhido pela paixão que a diretora nutre pelo trabalho da escritora e a partir da necessidade de não deixar que essa obra se perca no tempo. ''Hoje em dia as crianças não sabem quem é a Helena e o trabalho dela não pode se perder'', salienta.


Para explicar como tem sido a produção do filme, Josina lança mão de uma poesia da própria Helena (''Presença'', do livro ''Viagem no espelho'' - Criar, 1988): ''Coragem de andar sobre os precipícios sem desfalecer/ Entre as labaredas, mas não se queimar/ Com os violentos e os indiferentes no mundo inimigo sem deixar de amar.''

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''São palavras que retratam bem o que temos passado. É difícil colocar em prática um projeto como esse'', revela. ''Helena de Curitiba'' terá trilha sonora de Octávio Camargo, com músicas feitas ao piano, violão e flauta. As irmãs Amanda, de cinco anos, e Larissa Danchura, de 13 anos, ambas descendentes de ucranianos, interpretam a escritora na infância e adolescência. Elisa Chiesorim vive Helena na juventude. A direção de fotografia é de Lourivalde Vieira Filho, o ''Catarina'', e a edição terá a chancela de Fernando Severo.


O filme tem previsão para ser lançado no Dia da Mulher, em março, como uma homenagem à poeta. Depois disso, Josina tem previsão de editar algumas cenas e transformar o documentário em um curta-metragem, em película, para circular entre os festivais nacionais e internacionais. A meta é traduzir o trabalho para o inglês, espanhol e ucraniano. ''Ucraniano porque a terra da escritora precisa conferir o trabalho que ela fez no Brasil'', diz.

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Helena Kolody nasceu no Paraná em 1912, primogênita de imigrantes ucranianos. Seu primeiro livro, ''Paisagem Interior'' foi publicado em 1941, quando ela tinha apenas 16 anos. Seguiu a carreira de magistério e publicou posteriormente dezenas de outras obras de poesias, incluindo um vasto repertório de hai kais capazes de iluminar o mais obscuro sentimento.



Uma mulher que 'colhe frutos há nove décadas'
Durante duas tardes, o apartamento em que Helena Kolody mora, no centro de Curitiba, se transformou em set de filmagem para o documentário ''Helena de Curitiba''. Quando a equipe encerrou o trabalho, na última quinta-feira, Helena pediu para ir ao seu quarto, descansar. ''Não estou cansada das filmagens. É que meus 91 anos estão começando a pesar'', brincou a poeta. Com bom humor, uma das escritoras mais conceituadas do Paraná diz que a vida a ensinou a amar. ''Amar com o coração, sem julgar, essa é uma das maiores lições que posso tirar da vida.''

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Helena recebe com modéstia a homenagem realizada com o filme. ''Eu não merecia. O que eles estão fazendo faz com que eu pense na responsabilidade que é viver. Que bom se a gente pudesse deixar só boas lembranças'', diz. Numa rápida análise sobre o documentário, a poeta conta que o filme revela pontos essenciais da sua vida, como a infância e os seus 26 anos como professora do Instituto de Educação do Paraná.


O resgate de fatos que marcaram a vida da escritora, faz também com que ela reflita sobre o seu trabalho e a sua obra. ''A gente precisa despertar o lado bom das pessoas em tudo o que fazemos e para isso não há nada melhor do que o amor e a convivência'', ensina. Ela lembra um caso que a marcou na sua juventude: ''Quando eu era professora, um colega observou que as letras do meu nome agrupadas e ao contrário formavam a frase 'ela colhendo'. É assim que me sinto, colhendo os frutos que plantei nessas nove décadas''.

Helena vive com a irmã, Olga, em um pequeno apartamento próximo à escola onde lecionou por tanto tempo. Nas paredes, retratos dela recebendo homenagens e poemas emoldurados evocam a importância da sua obra. Parte do trabalho da escritora poderá ser conferido em ''Helena de Curitiba''


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