Imagine receber R$ 200 mil mensais para ficar em casa e não aparecer no serviço de jeito nenhum. Essa é a vida do zagueiro Lúcio desde que acertou a sua saída do Palmeiras, em janeiro deste ano. Ele fez um acordo em que ficou decidido que continuará recebendo o salário, mas não poderá ir na Academia de Futebol.
O zagueiro tem contrato com o Palmeiras até dezembro. No fim do ano passado, após a disputa do Campeonato Brasileiro, teve uma conversa com o presidente Paulo Nobre e ficou decidido que estaria livre para procurar clubes. Enquanto isso, não deveria treinar na Academia de Futebol nem mesmo em horários alternativos. A decisão foi em conjunto, já que o defensor também não estava disposto a se sujeitar a tal atitude.
Desde então, surgiram sondagens de clubes da China, Austrália e até dos Estados Unidos, mas nada que fosse adiante. Enquanto isso, Lúcio tem mantido a forma frequentando academia e espera definir o seu futuro em breve. Nem mesmo uma nova tentativa na Europa ou no futebol brasileiro é descartada, após passagens frustrantes por São Paulo e Palmeiras.
Leia mais:
Leila promete boas-vindas a John Textor em meio a alfinetadas e tensão
São Paulo não prioriza atacante e só vai atender Zubeldía se vender atletas
Flamengo adia renovação de Pulgar, que aguarda valorização para ficar
Por que Flamengo e Corinthians não se entendem em negócio por Hugo Souza
A diretoria do Palmeiras evita falar do assunto, até porque sabe que é uma situação constrangedora para as duas partes. Na verdade, a expectativa quando foi feito o acordo para ele não treinar mais no clube era que rapidamente Lúcio conseguisse um novo clube.
Caso permaneça ligado ao clube alviverde até o fim de seu contrato, Lúcio ainda custará cerca de R$ 1,2 milhão. Além dele, outros jogadores que também estão ligados ao clube e não têm sido aproveitados são o goleiro Raphael Alemão e o lateral-direito Weldinho.
COMPORTAMENTO - A decisão de não deixar o atleta nem sequer fazer parte do grupo do técnico Oswaldo de Oliveira passa pela questão comportamental do jogador, assim como aconteceu nos tempos de São Paulo. No dia a dia, Lúcio era mais respeitado por sua história do que querido. A postura dele em determinados momentos não agradava e isso ajudou na decisão de não deixá-lo frequentar a Academia de Futebol.
No jogo contra o Atlético Paranaense, por exemplo, no intervalo da partida, o zagueiro criticou duramente o jovem lateral-direito João Pedro falando que estava exposto porque o companheiro subia muito ao ataque. A questão técnica também pesou para os dirigentes. Eles entenderam que Lúcio não tinha mais condições de continuar defendendo o clube.
A reportagem entrou em contato com o empresário do atleta, Tiago Antunes, mas ele não quis se manifestar. Para a vaga de Lúcio, chegaram Vitor Hugo, Jackson e Victor Ramos, que inclusive, deve atuar neste sábado contra o Mogi Mirim no lugar de Tobio, suspenso pelo terceiro cartão amarelo.