A seleção brasileira venceu a África do Sul por 1 a 0 nesta sexta-feira, em amistoso disputado no estádio do Morumbi, mas o desempenho não agradou os mais de 50 mil pagantes que estiveram presentes. Desde os primeiros minutos da partida ouvia-se vaias à equipe e ao técnico Mano Menezes, que avaliou que este comportamento abalou os jogadores em campo.
"O time sentiu o início sem apoio. Quanto mais novo um time, mais sente a falta de apoio. Já vi vaias e ambientes muito mais hostis em São Paulo, para todos os técnicos. Já vi grandes jogadores serem vaiados. A situação não é atípica, mas acho que podemos tentar modificar isso. Temos que jogar uma Copa no nosso País. Vamos ter adversários defensivos, como a África do Sul. Pedimos um pouco mais de compreensão", declarou.
O treinador brasileiro admitiu que a seleção sentiu intranquilidade por conta das críticas. "Gostaria que nesse momento o ambiente dentro do nosso país fosse mais favorável, mas não podemos interferir nisto. Em alguns momentos, a falta de tranquilidade atrapalhou um pouco, mas trabalhamos com paciência, a partir de algumas situações que poderíamos fazer".
Leia mais:
Leila promete boas-vindas a John Textor em meio a alfinetadas e tensão
São Paulo não prioriza atacante e só vai atender Zubeldía se vender atletas
Flamengo adia renovação de Pulgar, que aguarda valorização para ficar
Por que Flamengo e Corinthians não se entendem em negócio por Hugo Souza
Além do técnico, Neymar foi outro alvo dos torcedores. O atacante do Santos foi chamado de "pipoqueiro" ao longo da partida e, substituído no final, deixou o gramado sobre vaias. Seu desempenho ficou muito aquém de suas melhores participações com a seleção e Mano Menezes culpou o desgaste do jogador pela fraca atuação e negou que o tenha tirado para que ele "sentisse" as críticas.
"O Neymar vem de um desgaste físico muito grande, perdeu peso em função de um problema intestinal. A alteração foi para preservá-lo, vai estar em campo na segunda para nos ajudar a construir uma vitória contra a China. Não precisava tirá-lo para que ele sentisse algo que externamente foi claro para todos. Entendemos as críticas, mas incomoda, né? Aqueles que querem construir alguma coisa, sofrem", disse Mano, já projetando o amistoso de segunda-feira contra os chineses, no Estádio do Arruda, no Recife.
Outra manifestação da torcida ao longo do confronto foi o pedido pelo atacante Luis Fabiano, que sequer foi convocado. "Eu nunca fechei a porta para nenhum jogador, por respeito. Vale a mesma coisa para o Luis Fabiano. Acho justo a torcida, como estávamos jogando na casa do São Paulo, gostar do Lucas, do Luis Fabiano, mas não precisa odiar tanto os outros. Precisamos do apoio do torcedor, construir algo com o sentimento positivo. Espero que o torcedor do Recife seja mais compreensivo", comentou o técnico brasileiro.
Com a atuação ruim desta sexta, Mano Menezes admitiu que pode fazer mudanças para enfrentar a China, mas garantiu que não alterará muito a forma de jogar da equipe. "Vou definir a escalação até segunda. Tenho confiança em todos que estão aqui para iniciar o jogo, mas não vou mudar muito até para não perder a base de comparação do desempenho de cada um".