Surpreso com a operação Águas Claras, que prendeu três dirigentes da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), entre eles o presidente afastado Coaracy Nunes, nesta quinta-feira, o medalhista olímpico Gustavo Borges mostra preocupação com o impacto do escândalo nas novas gerações de nadadores.
"Se você pega um atleta mais velho, para ele não participar um Mundial talvez seja impacto, mas não tão grande como um garoto de 18 anos que iria pela primeira vez. A natação sofre tremendamente com isso", disse o dono de quatro medalhas olímpicas.
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) investigam indícios de um esquema de desvios de recursos públicos captados por meio de convênios e leis de incentivo ao esporte. As investigações apuram o destino de R$ 40 milhões que foram repassados pelo Ministério do Esporte. O MPF de São Paulo avaliou que os desvios lesaram os cofres públicos em mais de R$ 6,8 milhões. Entre as fraudes estão licitações para aquisição de equipamentos de natação no valor de R$ 1,5 milhão vencidas por uma empresa "de fachada". Em seu endereço na capital paulista funciona um pet shop.
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"É uma situação muito triste. O moral da natação dos esportes aquáticos de forma geral já tende a ser ruim. Aí você vê o clima da CBDA ruim, das federações, dos clubes... Vai de cima para baixo até chegar ao atleta. A ação (da PF) vem para ajudar e que é necessário punição para quem deve. Mas infelizmente um problema assim interfere no calendário e nas competições", opinou o ex-nadador.
Gustavo Borges tem uma preocupação especial os jovens talentos. Seu filho, Luiz Gustavo, de 17 anos, vai estudar em Michigan, nos Estados Unidos, para aliar educação e esporte. Luiz Gustavo começa a ter resultados que justificam eventuais comparações. Competindo como "Luiz Gustavo Franco", em outubro, ganhou a prova dos 50 metros livre no Troféu Julio de Lamare, o Brasileiro Júnior I.