Jones Kennedy foi protagonista de uma das cenas mais peculiares dos Jogos Olímpicos do Rio. Árbitro de boxe, o brasileiro passou a receber o apoio da torcida apenas por ser brasileiro. Dois meses depois episódio, ele está entre os juízes afastados pela Associação Internacional de Boxe Amador (Aiba), que investiga suspeita de manipulação de resultados.
Nesta quinta-feira, a Aiba anunciou o afastamento dos 36 oficiais de arbitragem que trabalharam no Rio-2016. Eles não atuarão em eventos da entidade até que seja esclarecida a atuação da equipe de arbitragem na Olimpíada. Desde antes dos Jogos, havia a acusação de que resultados seriam manipulados. Na competição, o desempenho dos árbitros, de forma geral, foi bastante abaixo do esperado.
"Na Olimpíada houve muitas cobranças sobre a arbitragem do boxe, por causa de alguns resultados polêmicos, que foram ventilados na imprensa. Pessoas falaram que os árbitros poderiam estar manipulando resultados. A pressão foi toda sobre o presidente da Aiba (Ching-Kuo Wu, de Taiwan)", argumenta Kennedy.
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Na avaliação dele, a decisão da Aiba foi uma resposta à imprensa, que vinha cobrando uma ação mais enérgica da entidade que comanda o boxe amador. Na prática, nada muda, porque não há eventos da Aiba para boxeadores adultos marcados para este ano.
"A imprensa ainda estava falando, tinha muita pressão, incluindo a ameaça de que próprio boxe saísse da Olimpíada. A Aiba tinha que tomar uma decisão. Foi uma decisão sábia da comissão executiva. Tendo em vista alguns resultados polêmicos, ela dá uma resposta à imprensa, mostra que nosso esporte é transparente", opina o brasileiro.
Ele não acredita na suspeita de que resultados de lutas olímpicas tenham sido manipuladas. "Claro que não. Não tem fundamento legal nenhum. Os resultados estão aí para comprovar. Todo está olhando, você está recebendo pressão de critica, do público, é passível uma falha ou outra. Você se equivocar é uma cosia, ser tendencioso é outra. São árbitros sérios", aposta.