Com presença assegurada Corrida do Milhão em dezembro, mas deixando no ar a possibilidade de estrear na Stock Car já na etapa de Curitiba no dia 21 de outubro, Rubens Barrichello reencontrará um engenheiro dos seus tempos na Jordan. Rubinho e o paulista José Avallone Neto, atualmente na Medley/Full Time, trabalharam na extinta equipe inglesa de Fórmula 1 em 1995 e 1996.
Com base na experiência dessas duas temporadas e na carreira que o piloto desenvolveu ao longo de 19 anos na categoria, Avallone não tem dúvida de que o diretor-técnico Maurício Ferreira acertou na mosca ao fechar com o vice-campeão da F1 em 2002 e 2004.
"Rubinho é diferenciado, completo e talvez pegue a mão mais rapidamente que outros nomes que passaram pela Fórmula 1 e estão atualmente na Stock Car", afirmou.
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Quando os destinos se cruzaram em 1994, na chegada de Avallone à organização comandada por Eddie Jordan, Rubinho já estava lá desde o ano anterior, quando estreou na equipe que na época corria com o motor Peugeot. Como segundo engenheiro e encarregado da coleta de dados, Avallone deveria trabalhar com Rubinho, mas acabou sendo destacado para o carro de Martin Brundle, recém-chegado da McLaren.
"A equipe achou que poderíamos formar uma panelinha brasileira e nos separou", lembrou Avallone nesta quinta-feira nos boxes da Medley/Full Time em Tarumã, autódromo gaúcho que foi reformado e volta a receber a Stock Car depois de três anos.
Avallone acredita que a decisão da equipe, no entanto, foi benéfica para sua carreira. Ele ficou na Jordan até 1998, enquanto Rubinho saiu no fim de 1996 e se transferiu para a Stewart Grand Prix. "Rubinho era fácil de trabalhar, mas muito jovem e imaturo, enquanto o Brundle tinha muito mais bagagem. Pude aprender muito com ele", observou.
"Rubinho sempre teve uma personalidade forte, mas isso é uma característica dos pilotos da Fórmula 1. Quem não tiver não chega lá." Avallone e Rubinho não se encontram pessoalmente há algum tempo, mas voltarão a se ver no teste em que o ex-astro da Ferrari travará seu primeiro contato de pista com a Stock Car no dia 15 de outubro no traçado da capital paranaense.
Avallone sabe, no entanto, que a adaptação de Rubinho à Stock Car nada terá de fácil. "Ele andou a carreira toda em monopostos com no máximo 700 quilos. Agora, terá de lidar com massa de peso duas vezes maior. E o principal problema estará nas freadas. Em Interlagos, os pilotos de Fórmula 1 freiam 50 metros, 30 metros, 20 metros antes das curvas. O desafio do Rubinho será encarar uma inércia muito superior. O Ricardo Zonta e o Enrique Bernoldi apanharam muito no começo. O Vítor Meira, que ficou quase 10 anos na Fórmula Indy, foi muito bem em Cascavel na corrida passada porque lá é a pista onde os freios são bem menos exigidos. Numa categoria equilibrada como a Stock, pode-se perder um décimo de segundo na aproximação de cada curva e isso pode fazer toda a diferença."
Nesta sexta-feira, os carros entram no circuito permanente mais veloz do Brasil e berço da categoria nascida em 1979 para as duas sessões de treinos livres. Com a divisão dos carros em dois grupos de 16, Felipe Maluhy será o primeiro piloto da Medley Full Time a iniciar os trabalhos de acerto no traçado de 3.016 metros, enquanto o companheiro Xandinho Negrão participará da segunda parte.