O astro Usain Bolt não esperou a sexta-feira acabar para começar o tratamento de uma contusão que o tirou da final dos 100 metros na seletiva jamaicana de atletismo para os Jogos Olímpicos, no Estádio Nacional, em Kingston. Aos 29 anos, ele sabe que não há tempo a perder para se recuperar a tempo de ir ao Rio de Janeiro, em agosto.
Para o público e para a organização, ficou o sentimento de frustração ao ver a raia dele vazia. "Muitas famílias trouxeram seus filhos ao estádio para ver Usain Bolt. O impacto foi o desapontamento. Até para os patrocinadores, que gostariam de entregar a medalha dos 100 metros para Usain Bolt", afirmou Ludlow Watts, que comandará a equipe jamaicana na Olimpíada.
A ausência do recordista mundial na prova desta sexta pegou até mesmo os seus os adversários de surpresa. "Eu não sabia que ele não ia correr até a hora que eu estava indo para a pista", disse Asafa Powell, que viu a decisão do compatriota como precaução para evitar o agravamento da lesão.
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Segundo o regulamento da federação, o atleta pode se ausentar da competição nacional desde que mostre provas que isso comprometeria seu desempenho no futuro. Se as evidências forem aceitas, o velocista entrará por indicação da Associação Jamaicana de Atletismo (JAAA) e assumirá o lugar de Jevaughn Minzie.
A participação de Bolt nos 200 metros nos Jogos do Rio não está confirmada. Fora da seletiva nacional, Bolt precisa estar recuperado para a etapa de Londres da Diamond League, no dia 22 de julho. "Tenho certeza que ele usará a oportunidade para fazer um bom tempo", disse Watts.
Segundo ele, a possibilidade de Usain Bolt usar uma marca obtida no período de 1 de maio de 2015 a 11 de julho de 2016 será debatida pelos jamaicanos. "O comitê de seleção vai se encontrar na terça-feira e tomar uma decisão."
Nas redes sociais, o multicampeão olímpico e mundial divulgou o diagnóstico de uma lesão de grau 1 na coxa. A primeira informação obtida no Estádio Nacional apontava um problema na perna direita, mas a foto publicada pelo atleta mostra que o tratamento está sendo feito na coxa esquerda.
O problema físico não é novidade para Bolt nesta temporada. Em maio, o velocista procurou o médico Hans-Wilhelm Müller-Wohlfahrt, em Munique, para evitar complicações no ano olímpico. Ele sentiu um incômodo durante o Cayman Invitational, mas logo estava pronto para competir no Meeting de Ostrava, na República Checa.
De acordo com o jornal local Jamaica Gleaner, ele vai novamente recorrer ao especialista, que acompanha a seleção alemã de futebol na Eurocopa. O encontro pode ocorrer na Alemanha ou em Paris dependendo do rumo da equipe na competição. Uma coisa é certa: para ir ao Rio, o homem mais rápido da história precisará provar sua total recuperação.