O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) do vôlei determinou nesta quarta-feira que o Sada/Cruzeiro terá que pagar uma multa de R$ 50 mil pelos insultos da torcida contra Michael, do Vôlei Futuro. O caso ocorreu durante a primeira partida entre as duas equipes pela semifinal da Superliga masculina, realizada em 15 de abril em Contagem (MG). O jogador do time de Araçatuba foi chamado de "bicha", em coro, pelos torcedores mineiros.
O Cruzeiro foi enquadrado no artigo 243-G (praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência) do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), cuja multa máxima é de R$ 100 mil. No entanto, o Tribunal resolveu não aplicar a pena máxima, já que o clube é réu primário.
A equipe de Minas Gerais ainda pode recorrer da decisão. No entanto, foi o Vôlei Futuro que ficou mais irritado com a atitude do STJD, pois pretendia que fosse aplicada uma pena mais severa - a intenção era que o Cruzeiro perdesse um mando de quadra e o próximo confronto entre as duas equipes, na sexta, para decidir uma vaga na final, fosse realizado em outro ginásio.
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"Foi uma decepção esta decisão. É inadmissível que só se multe o clube em uma questão tão grave, porque a discriminação foi absurda. Venceu o preconceito", declarou Miriam Simões, em entrevista ao site Justiça Desportiva.
Polêmica. Após a confusão ocorrida em Contagem, Michael assumiu publicamente ser homossexual e se mostrou indignado com a atitude da torcida cruzeirense. No último sábado, quando as duas equipes voltaram a se enfrentar, em Araçatuba, ele foi homenageado por torcedores, jogadores e dirigentes.
O Ginásio Plácido Rocha foi praticamente pintado de rosa e o nome de Michael foi o mais gritado pela torcida. Ele jogou bem e ajudou o time paulista a triunfar, para forçar o terceiro confronto pela semi da Superliga.