A goleira do Londrina Futsal Feminino Lorraine Silva Lourenço está engajada no Instagram. A atleta capixaba de 21 anos, natural de Boa Esperança (ES), viralizou na rede social ao tentar acertar o travessão do gol em cobranças de pênalti. No entanto, com o sucesso também vêm as críticas, constantes nos comentários das publicações.
Pelo menos dois vídeos de Lorraine alcançaram um alto número de curtidas e comentários no Instagram. Com 126 mil seguidores, ela possui Reels (vídeos de até 90 segundos) com mais de 1 milhão de visualizações. Nas gravações, ela aparece à frente do gol e tenta acertar o travessão, interagindo, a partir do acerto ou do erro, com os internautas sobre diversos assuntos, que variam de características do corpo à vida amorosa. Confira:
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Nos comentários, as pessoas que assistem aos vídeos interagem marcando amigos, parabenizando a habilidade da atleta ou até mesmo a criticando. Lorraine Lourenço garante que não se abala com as os comentários negativos que recebe.
"Eu vejo bastante comentários ruins, mas sempre levo na esportiva. A gente nunca sabe o que as pessoas estão passando. Às vezes, é só um dia ruim, então, não me abala, não", reflete.
A goleira conta que cria conteúdo para as redes sociais há, pelo menos, um ano. A ideia surgiu quando ela ainda morava no Espírito Santo. "Quando eu estava no ES surgiu a ideia de postar vídeos no Instagram, então eu assistia bastante vídeos desse estilo e me interessei em fazer também", conta.
Carreira no futsal
A atleta - que já ganhou títulos como melhor goleira do Espírito Santo, do Paraná e como segunda melhor do Brasil - conta que começou a sua carreira em sua cidade natal e que veio a Londrina para fazer um teste no Londrina Futsal Feminino.
"A princípio, eu vim fazer um teste na equipe, passei e já fiquei aqui em Londrina, mesmo. Aí já faz cinco anos que estou aqui na cidade e jogando para o clube", diz.
Mas engana-se quem acha que o caminho da capixaba foi fácil. Ela relembra que no começo, ainda quando criança, não tinha o apoio de familiares, que a julgavam por praticar um "esporte masculino":
"A minha mãe era contra, pois ela tinha um pensamento que eu me tornaria lésbica por praticar esse esporte. Mas apoio, em si, no início eu não tive, mas com o passar do tempo as coisas melhoram, e hoje em dia tenho total apoio."
Ela ainda diz que hoje já não sofre mais preconceito, mas quer servir de apoio e inspiração para as mulheres que ainda sofrem, almejando quebrar paradigmas com uma vaga na Seleção Brasileira de Futsal.
"O preconceito, hoje em dia, não acontece mais comigo, eu sendo do profissional. Acho que a posição que estamos interfere nesse ato, mas, no começo, eu sofria preconceito principalmente na minha família."
"Na internet eu prezo, a princípio, em ganhar espaço para as mulheres nesse nicho, encorajar também. Já no futsal, eu busco um espaço na seleção, acho que é o sonho de qualquer atleta", encerra.
*Sob supervisão de Fernanda Circhia