Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Mudança!

Governo abre exceção e Brasil naturaliza dois no polo aquático para Olimpíada

Agência Estado
11 mai 2015 às 18:01
- Reprodução
Publicidade
Publicidade

Nascido na Sérvia, onde joga profissionalmente, e sem vínculo sanguíneo ou civil com brasileiros, Slobodan Soro será o goleiro da seleção brasileira de polo aquático nos Jogos Olímpicos do Rio-2016. Pouco mais de um ano depois de dar entrada na documentação, o atleta medalhista olímpico pela Sérvia, aposentado da sua seleção nacional, conseguiu a naturalização brasileira graças à intervenção do governo brasileiro. A portaria publicada em 14 de abril beneficia também o central croata Josip Vrlic, compatriota do técnico da seleção, Ratko Rudic.

Para que os jogadores se tornassem oficialmente cidadãos brasileiros, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) precisou convencer o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (PT-SP), dos "serviços relevantes" que eles podem prestar para um time que não disputa uma Olimpíada desde 1984 e recebeu convite para jogar em casa.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


Nem Soro nem Vrlic cumprem a exigência inicial de ter residência contínua no País há pelo menos quatro anos. O ministério da Justiça confirma que ambos foram beneficiados pela exceção prevista no parágrafo III do Art 113 da Lei Federal 6815/1980: "O prazo de residência fixado poderá ser reduzido (para um ano) se o naturalizando haver prestado ou poder prestar serviços relevantes ao Brasil, a juízo do ministro da Justiça". Soro e Vrlic, de acordo com a Portaria publicada no Diário Oficial da União, têm residência permanente no estado do Rio.

Leia mais:

Imagem de destaque
Espera adversário

Após 12 anos, Brasil volta à final do mundial de futsal em busca do hexa

Imagem de destaque
Violação de conduta

Astro da NFL é suspenso após acusação de agressão à namorada grávida

Imagem de destaque
Gina-Maria

Michael Schumacher é 'visto' pela primeira vez em 11 anos no casamento da filha, diz jornal

Imagem de destaque
Embaixador global

Lenda da NBA, Dikembe Mutombo morre aos 58 anos


Ambos atuam profissionalmente na Sérvia. Na terça-feira à noite da semana passada, véspera do clássico com o Estrela Vermelha, valendo vaga na final do Campeonato Sérvio, Soro precisou deixar a concentração do Partizan para viajar ao Rio, onde recebeu o certificado de naturalização na quinta. Um dia depois, viajou de volta a Belgrado, para a final contra Radnicki, time de Vrlic.

Publicidade


De acordo com o ministério da Justiça, para a comprovação de residência fixa no Brasil são levados em consideração "declarações, documentos e diligências apresentadas nos processos".


O diretor de polo aquático da CBDA, Marcos Maynard, afirmou que Soro e Vrlic "estão há quatro ou cinco anos morando no Rio". Em 2013, o croata havia dito à reportagem que tinha fixado residência no Arpoador em julho daquele ano. "Ele não fala direito o português, não deve ter entendido a pergunta", rebateu Maynard, em entrevista à Agência Estado. O dirigente, depois, garantiu que os dois leem e escrevem em português, condição obrigatória para receber a naturalização. A CBDA, entretanto, não quis fornecer contato dos atletas.

Publicidade


Em setembro de 2013, a Agência Estado revelou o interesse da CBDA em naturalizar os dois atletas. "Vamos tentar na canetada. Se for cumprir o trâmite normal, demora muito. Mas, como existiu uma predisposição do governo em ajudar, vamos ver", disse à época Ricardo Cabral, coordenador de polo aquático da entidade


A entidade alega que só correu atrás dos dois jogadores para "compensar" a decisão de Tony Azevedo e Pietro Figlioli, ambos nascidos no Rio e criados fora do País, de seguir jogando respectivamente pelas seleções dos EUA e da Itália. Os dois foram procurados pela CBDA em 2013, mas alegaram não terem laços com o País.

Publicidade


Filho de um ex-jogador brasileiro e astro do Sesi-SP há duas temporadas, Tony chegou ao País arranhando o português. Ele foi o capitão dos EUA na prata olímpica em Pequim e deve seguir os passos do pai para se tornar o técnico da seleção norte-americana quando se aposentar. Já Pietro, filho do ex-recordista mundial da natação Sylvio Fiolo, cresceu na Austrália, mas defende a seleção da Itália, onde formou família. Vice-campeão olímpico em Londres, sequer fala português.


SEIS GRINGOS - Diferentemente do futebol, por exemplo, no polo aquático um atleta pode alterar sua nacionalidade esportiva durante a carreira, com a condição de que cumpra um período de "quarentena". Como Soro não joga pela Sérvia desde o bronze olímpico em Londres e Vrlic nunca defendeu a Croácia, ambos podem reforçar o Brasil assim que forem regularizados junto à Federação Internacional de Natação (Fina).

Publicidade


Com a naturalização deles, o Brasil deve jogar a Olimpíada com seis "gringos". Felipe Perrone nasceu e cresceu no Rio, mas defendeu por uma década a seleção da Espanha (pátria da avó), tornando-se um dos melhores do mundo. Amigo pessoal do croata e do sérvio, com os quais jogou na Europa, só aceitou voltar a defender o Brasil com a condição de que a seleção fosse reforçada.


O espanhol Adrian Delgado e o italiano Paulo Salemi chegaram ao País buscando cavar um lugar na Olimpíada, aproveitando-se do fato de já terem passaporte brasileiro por vínculos sanguíneos


O sexto estrangeiro é Ives Alonso González, cubano que desde 2009 mora em São Paulo. Casado com uma brasileira e professor de educação física na rede municipal, esperou os quatro anos regulamentares para entrar com o processo para obter a naturalização, por conta própria. Até agora não teve a portaria publicada.

Os seis foram chamados para uma fase de treinos da seleção no Rio, há três semanas. Soro e Vrlic apareceram na convocação oficial da CBDA como atletas do Fluminense, pior time do Troféu Brasil, mas não se apresentaram - também não haviam atuado no torneio, uma semana antes.


Publicidade
Publicidade

Continue lendo

Últimas notícias

Publicidade