Stefano Domenicali, diretor da Ferrari, e os advogados da equipe têm já sua defesa pronta para o julgamento desta quarta-feira, em Paris. O Conselho Mundial da FIA irá ouvir o que eles têm a dizer sobre Felipe Massa ter deixado seu companheiro de Ferrari, Fernando Alonso, ultrapassá-lo para vencer o GP da Alemanha, dia 25 de julho. O artigo 39, parágrafo 1, do Código Esportivo da FIA, diz: "Ordens de equipe que interfiram no resultado da corrida são proibidas".
Os 26 membros do Conselho Mundial, presididos pelo inglês Graham Stoker, presidente da divisão de esportes da FIA, ouvirão dos advogados: "Felipe Massa recebeu uma informação, não uma ordem. A informação: Felipe, Fernando Alonso está mais rápido do que você." Era a 49.ª volta de um total de 67 da prova em Hockenheim, 11.º do calendário de 19 etapas.
A segunda parte do argumento: "Felipe deixou, sim, Alonso ultrapassá-lo. Mas não para atender a uma ordem, e sim porque sabe que o interesse da Ferrari está acima do de seus pilotos", dirão os advogados.
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Dessa forma, complementarão: "Massa espontaneamente permitiu a ultrapassagem, pois esse é um princípio defendido pelo fundador da equipe, Enzo Anselmo Ferrari, faz parte do DNA da escuderia de Maranello".
E poderão lembrar o Conselho da FIA, ainda, de que na mesma pista, em 2008, Heikki Kovalainen abriu caminho para seu companheiro de McLaren, Lewis Hamilton, ultrapassá-lo, e a exemplo de Alonso, este ano, melhor colocado no campeonato, o inglês venceu a competição, vindo a ser campeão do mundo naquela temporada.
Massa e Alonso não vão a Paris. Mas devem estar disponíveis para responder a perguntas pelo sistema de viva-voz por telefone caso o conselho pretenda ouvi-los. Já vão estar na Itália, onde no próximo fim de semana será disputada, em Monza, casa da Ferrari, a 14.ª etapa do Mundial. Alonso necessita de um grande resultado para manter-se na luta pelo título.
A defesa da Ferrari vai expor ainda seu ponto de vista sobre ordem de equipe, "não cometida no GP da Alemanha". Domenicali dirá aos membros do Conselho que a Fórmula 1 é um esporte de equipe e proibir a equipe de obter os melhores resultados no campeonato não faz sentido. Sua tese: "Fernando Alonso e Felipe Massa não se inscreveram no Campeonato Mundial de Pilotos e Construtores de Fórmula 1 por conta própria e depois foram procurar a Ferrari, mas a Ferrari os escolheu para lutar pela conquista dos títulos no Mundial de Pilotos e Construtores". E, a partir daí, proibi-los de trabalhar pelo resultado mais conveniente para a equipe é negá-la um direito básico e elementar.