O título perdido por Fernando Alonso no GP de Abu Dabi segue gerando polêmica na Itália. Após o próprio chefe da Ferrari, Stefano Domenicali, admitir que a equipe errou sua estratégia na prova que culminou no título do alemão Sebastian Vettel, no último domingo, nesta segunda-feira a crise da escuderia respingou até mesmo na esfera política do país.
Roberto Calderoli, ministro da Simplificação Legislativa da Itália, afirmou que o presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo, deveria ser demitido por causa do fracasso da escuderia em Abu Dabi. "Apesar da capacidade do excelente Alonso, a Ferrari conseguiu perder um campeonato já ganho", disse Calderoni, que foi além. "Estamos envergonhados por essa estratégia insana, e ele [Montezemolo] é o culpado. Ele deve sair de Maranello imediatamente para que não cause maiores danos à Ferrari. Ao cair da noite, esperamos por sua demissão", reforçou.
Rapidamente, porém, a Ferrari rebateu a interferência política sobre sua gestão. Por meio de uma comunicado publicado em seu site oficial, a equipe respondeu: "Lamentamos que existam alguns políticos que ''não têm vela para o enterro'' subam de imediato no carro do ganhador e logo peçam a guilhotina quando as coisas vão mal".
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E Montezemolo contou com a defesa de Sergio Marchionne, diretor-executivo da Fiat, proprietária de 85% das ações da Ferrari. "O resultado do GP de Abu Dabi não foi o que esperávamos, mas temos que estar agradecidos aos homens e mulheres da Ferrari, cujo trabalho permitiu (à equipe) estar perto de um objetivo que até algumas semanas atrás parecia impensável", disse o dirigente, lembrando que Alonso conseguiu uma reação impressionante na fase final do campeonato.
Montezemolo acabou sendo alvo de Calderoli quando se especula na Itália que o presidente ferrarista tenha ambições políticas de dirigir uma nova coalizão de oposição ao primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi. Montezemolo , porém, negou haver essa possibilidade.
"Prefiro falar de coisas sérias", disse ao site italiano Affaritaliani.it. Esse tipo de comentário político, segundo ele, "não mancham o mínimo de dedicação e capacidade dos homens e mulheres da Ferrari".