O etíope Tamiru Demisse, de 22 anos, que fez um símbolo contra o governo de seu país, no atletismo, no último domingo, não correu a prova dos 400 metros da Paralimpíada, nesta terça-feira. Segundo a organização do Comitê Rio-2016, o Comitê da Etiópia teria retirado o atleta da competição.
Ele participaria da categoria T13 (deficiente visual). No último domingo, Demisse ganhou medalha de prata, nos 1.500 metros. Ao cruzar a linha de chegada e no pódio, ele fez o gesto com os braços que é utilizado por manifestantes contra o governo da Etiópia.
Em entrevista aos jornalistas, o etíope afirmou que não poderia voltar para casa e que gostaria de ser recebido pelos Estados Unidos. "Sou totalmente contra o que estão fazendo no meu país", afirmou.
Leia mais:
Londrina Bristlebacks busca título Brasileiro no futebol americano
Time de vôlei dos EUA sofre boicote e atrai polêmica sobre participação de transgêneros em esportes
Corrida Pedestre reúne mais de 400 participantes em Alvorada do Sul
Hortência diz que não trabalhará no COB e pede mudança profunda no basquete
Durante a Olimpíada, o etíope Feyisa Lilesa, 26, também fez o mesmo gesto, ao cruzar a linha de chegada e, depois, afirmou que poderia ser morto ou preso, se voltasse para casa.
Uma das polêmicas vividas no país é que, para expandir a área destinada a fábricas e dar continuidade ao plano nacional de desenvolvimento, o governo tem desapropriado territórios historicamente ocupados pelos oromos. Uma parte da população reagiu, iniciando uma onda de protestos contra o governo que terminou em confronto e mortes. Segundo a ONG Human Rights Watch, as forças de segurança mataram cerca de cem pessoas.