O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou nesta terça-feira que as autorizações de utilização terapêutica de substâncias proibidas dão uma vantagem injusta, e propôs que os atletas que as recebem devem ser afastados dos principais competições.
As exceções permitem que os atletas com indicações médicas tomem medicamentos que normalmente são proibidos. A sua utilização tem estado sob polêmica desde que um grupo de hackers, conhecido como Fancy Bears, divulgou documentos confidenciais da Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) que mencionam as informações médicas de muitos atletas.
"Precisamos entender o que fazer sobre (as autorizações), caso contrário, poderíamos ter todo tipo de recordes e vitórias nas mãos de pessoas que digamos padecem de doenças crônicas", disse Putin durante um congresso esportivo na Rússia.
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Putin sugeriu a implementação de restrições a atletas com essas autorizações. "Talvez possam ser colocados em uma categoria especial, ou as suas realizações, pontos e honras sejam considerados de forma especial", disse.
Ele não mencionou a acusação da Wada de que os documentos foram divulgados por hackers ligada à Rússia. O presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, disse no mês passado que iria pedir "às autoridades russas" para ajudar a deter os hackers.
O grupo Fancy Bears começou a publicar os registros médicos de atletas olímpicos no último mês, principalmente de norte-americanos e britânicos. Entre eles estão nomes de peso, como os do ciclista Bradley Wiggins e da ginasta Simone Biles, além do brasileiro Diego Hypolito. O único russo que teve informações vazadas foi o boxeador Misha Aloyan.
Muitos dos atletas que tiveram seus arquivos divulgados disseram que as substâncias são necessárias por problemas de saúde e não fornecem vantagens esportivas, enquanto apontaram que as autorizações foram emitidas como resultado de um uma emergência médica.