A justificativa de que o Campeonato Paulista tem pouca importância definitivamente está longe da final deste domingo entre Santos e Palmeiras, na Vila Belmiro, às 16 horas. Em raras ocasiões um clássico que vale o título estadual reuniram tantos ingredientes para uma verdadeira decisão.
As equipes vão praticamente com a força máxima e vivenciaram uma semana de intensa rivalidade antes de disputar uma taça que simboliza para os dois a reação depois de meses tão turbulentos. Ou seja, ser campeão paulista vale muito para os dois times. É a coroação de um árduo trabalho de reconstrução de duas potências do futebol brasileiro.
A disputa começou tensa até para comprar ingressos. O Palmeiras resmungou depois de o Santos determinar que somente a Vila Belmiro seria ponto de venda. O estádio do Pacaembu, então, também passou a abrir a bilheteria e a intensa disputa pelos bilhetes causou tumulto e precisou até da intervenção da polícia.
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Em seguida, vazou um vídeo onde Robinho, Gabriel e Alison cantavam um funk onde diziam que iriam "detonar" o Palmeiras. Leandro Pereira respondeu. "Só não vão chorar depois". O presidente do Santos, Modesto Roma Júnior, também desandou a dar declarações polêmicas, como acusar dirigentes do rival de inventarem negociações com atletas do Santos.
Algo que também colocou um ingrediente a mais na decisão foi a excessiva comemoração dos santistas após o primeiro jogo. "Talvez eles tenham comemorado porque sabiam que era para levar três ou quatro", disse Leandro Pereira.
Um dos motivos que pode explicar a euforia santista é o fato de poder decidir na Vila Belmiro, onde a equipe cresce muito. "A força da Vila é histórica. Não só a camisa do Santos, a camisa, o clube. Acho que é importantíssimo jogar aqui. É a nossa casa, onde conhecemos. A torcida faz um caldeirão. Vamos fazer uma festa bonita e incentivar esses jogadores que vão fazer de tudo para ser campeão", disse o técnico Marcelo Fernandes, que chega em sua primeira decisão como treinador.
Oswaldo de Oliveira, que no ano passado comandou o Santos e foi vice-campeão estadual, sendo derrotado pelo Ituano, também admitiu que atuar na casa alvinegra será um grande adversário extra. "Quando eu estava lá, falei da importância de jogar na Vila uma decisão. Resolveram mandar as partidas para o Pacaembu e perdemos o título", recordou o comandante, que chega em sua quarta final estadual consecutiva. Em 2012 e 2013, foi para a final do Campeonato Carioca sob o comando do Botafogo.
SEGREDO - Dentro de campo, muito mistério de todos os lados. O certo é que as duas equipes vão para o ataque, já que a marcação é o ponto fraco delas. O Santos quis deixar claro que tem força máxima, mas sem confirmar a formação.
Até o zagueiro Werley, recém-recuperado de dengue, e o goleiro Vanderlei, que fez cirurgia na face, foram para o campo, mas para despistar. Já o Palmeiras fechou todos os treinos e o goleiro Fernando Prass é o único titular confirmado por Oswaldo de Oliveira.
A boa notícia, embora nenhum dos dois clubes confirmem, é que as duas maiores estrelas estarão em campo depois da ausência na partida de ida, no Allianz Parque, quando ambos estavam lesionados. De um lado, Robinho promete "desmontar" a organizada defesa alviverde, enquanto que Valdivia também quer usar sua "magia" para deixar os colegas na cara do gol e garantir a festa.