Da estreia polêmica aos resultados consistentes. Da contestada escalação no grid às posições de "gente grande". Assim foi a temporada de Max Verstappen, o mais jovem a pilotar um carro em um campeonato da Fórmula 1. O feito gerou repercussão, mas foi a inesperada regularidade, o estilo arrojado nas pistas que lhe trouxeram muitos fãs em sua primeira temporada na categoria.
Para superar as expectativas, Max contou com a ajuda do pai Jos Verstappen, ex-piloto da Fórmula 1. "Eu e meu pai fizemos tudo juntos até chegar aqui. Ele me ajudou muito. Se não fosse por ele, eu não estaria aqui. Poucos têm a chance de chegar na Fórmula 1", admitiu o jovem piloto.
As dificuldades para aterrissar na Fórmula 1 começaram com os questionamentos sobre a sua pouca idade. Max foi contratado pela Toro Rosso aos 17 anos. Tinha como "bagagem" apenas uma temporada disputada em monopostos, na Fórmula 3 Europeia. A experiência reduzida e a falta de maturidade para encarar um desafio tão complexo no mundo ultracompetitivo da F1 levaram especialistas a criticar a decisão da Toro Rosso.
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Sua estreia só foi possível porque fora aprovado nos testes para receber a Superlicença da Federação Internacional de Automobilismo (FIA). A decisão foi tão polêmica que a entidade acabou mudando suas regras logo depois. Passou a exigir idade mínima de 18 anos, carteira de habilitação para carros comuns e experiência de dois anos em categorias menores. Assim, Max Verstappen se tornou o último piloto com menos de 18 anos a receber a Superlicença.
O holandês não se mostra arrependido pela decisão. "Eu não mudaria nada. Claro que foi arriscado. Mas nesta temporada estamos mostrando que somos capazes", disse o piloto, antes de citar novamente o auxílio do pai. "Com a ajuda dele e sua experiência, eu cresci rápido e logo comecei a me comportar como um profissional".
Os resultados comprovaram o amadurecimento veloz do jovem piloto. Max chegou em quarto lugar em duas corridas neste ano (Hungria e Estados Unidos) e vem mostrando consistência. Das últimas 10 corridas, somou pontos em oito. É o 10.º colocado no Mundial de Pilotos, com 47 pontos. Para efeito de comparação, seu companheiro de equipe, o espanhol Carlos Sainz Jr., outro estreante em 2015, tem apenas 18 pontos e ocupa o 15.º lugar.
Para tanto, Max precisou se esforçar na transição entre a categoria anterior e a exigente Fórmula 1. "Claro que há muita diferença entre as categorias. No começo, fiquei um pouco preocupado. Mas me explicaram direitinho como eu deveria me preparar. Me deram toda a ajuda e eu não podia mais dizer 'não'. Fiz bastante treino físico. Obtive minha Superlicença. Mas não foi fácil. Mesmo assim, conseguimos!".
Convencendo os críticos e amealhando fãs, Max quer agora finalizar a temporada com mais pontos e se diz ansioso para correr no autódromo de Interlagos, no GP do Brasil, neste fim de semana. "Para mim, é sempre especial voltar para cá porque foi aqui que fiz um dos meus primeiros treinos, no ano passado. E também por causa do meu pai. Ele correu aqui, então é uma sensação muito especial", afirmou o holandês.