Exatamente um ano depois de ter matado a tiros a modelo Reeva Steenkamp, dentro da sua própria casa, em Pretória, na África do Sul, o astro paralímpico Oscar Pistorius resolveu romper o silêncio nesta sexta-feira, quando postou em seu site oficial um tributo à ex-namorada. O sul-africano, que responde em liberdade à acusação de assassinato premeditado e começará a ser julgado no início do próximo mês, afirmou que segue sofrendo por causa da perda da pessoa que ele alega ter tirado a vida de forma acidental.
"Nenhuma palavra pode descrever adequadamente meus sentimentos sobre o devastador acidente que causou tanta dor de cabeça a todos que verdadeiramente amam e continuam amando a Reeva", escreveu Pistorius, que no ano passado declarou ao tribunal de Pretória que confundiu a modelo com um possível ladrão em sua residência, pouco antes do amanhecer do Valentine''s Day, o Dia dos Namorados, comemorado em 14 de fevereiro nos países do hemisfério norte do planeta.
Pistorius, de 27 anos, que é biamputado e fez história correndo com próteses no lugar das duas pernas, efetuou disparos com uma arma de fogo contra a porta do banheiro da suíte do casal, atingindo Reeva, que estava dentro do local. Ele é acusado pelos promotores do caso de ter premeditado o assassinato da sua então namorada, na época com 29 anos de idade, após uma discussão.
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A estrela sul-africana, porém, assegura que segue sofrendo muito com a morte da sua ex-namorada. "A dor e a tristeza, particularmente para os pais, familiares e amigos de Reeva, me consomem com dor. A perda de Reeva e o trauma total depois daquele dia será algo que carregarei comigo pelo resto da minha vida", completou Pistorius.
Embora tenham sido publicadas um ano após a morte da modelo, as declarações de Pistorius foram consideradas inusitadas, pois o seu tio, Arnold, havia sido encarregado anteriormente de se pronunciar em nome do atleta, que vem sendo blindado por familiares contra o assédio da imprensa neste caso que provocou comoção mundial no esporte.
A mãe de Steenkamp, June, pretende acompanhar de perto o julgamento de Pistorius, marcado para começar no próximo dia 3 em Pretória. Nenhum familiar da modelo marcou presença nas audiências anteriores do atleta no tribunal, que inicialmente julgou o pedido de liberdade mediante o pagamento de fiança, concedida em 22 de fevereiro do ano passado. Além de correr o risco de ser condenado por suposto assassinato premeditado, ele enfrenta outras acusações por causa da posse de armas de fogo.
Se for considerado culpado por homicídio intencional da sua ex-namorada, Pistorius pode pegar até prisão perpétua, com uma pena mínima de 25 anos de reclusão antes de obter a liberdade condicional.
Considerado um ícone do esporte, Pistorius fez história ao se tornar o primeiro biamputado a disputar uma edição da Olimpíada, em 2012. Correndo com protestes nas duas pernas, ele representou o seu país nas provas dos 400 metros e do revezamento 4x400 metros dos Jogos Olímpicos de Londres. E, em três participações em Jogos Paralímpicos, conquistou oito medalhas, sendo seis delas de ouro.