Os clubes que lideram o boicote contra a gestão da Confederação Brasileira de Basquete (CBB) na seleção feminina ganharam a primeira queda de braço. Alegando "problemas de saúde" não revelados, o técnico Luiz Augusto Zanon pediu "afastamento" do cargo nesta sexta-feira. "Essa decisão é pessoal e contrária à vontade da CBB", afirmou ele em declaração reproduzida pelo site da CBB.
Zanon vinha sendo criticado pelo "Colegiado de Clubes", formado por dirigentes, técnicos e jogadoras, pelo trabalho ruim à frente da seleção feminina. O grupo exigia que a CBB permitisse aos treinadores dos únicos seis clubes que disputa a Liga de Basquete Feminino (LBF) participassem do comando do time que disputará a Olimpíada, sem cobrar formalmente, entretanto, a demissão de Zanon.
Na semana passada, o treinador antecipou a convocação de 12 jogadoras para o evento-teste da Olimpíada, que ocorrerá em janeiro. A medida foi entendida como uma forma de pressionar as atletas chamadas a não acatarem o boicote incentivado pelos clubes. Ele, entretanto, não costuma acompanhar pessoalmente as partidas da LBF (onde jogam todas as convocadas) e o torneio não tem transmissão pela TV. Por isso, seus critérios de convocação vinham sendo questionados.
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Nesta sexta, conforme informa a CBB, ele apresentou seu pedido de afastamento. "Venho a público declarar a difícil decisão que tomei para abdicar do cargo de técnico da seleção brasileira adulta feminina, para preservar meus problemas de saúde, pois temo não permitir a dedicação e a intensidade necessárias para conduzir a equipe brasileira", diz ele na declaração reproduzida pelo site da CBB.
"Preferi sofrer com esse afastamento voluntário do que sofrer por não estar em condição momentânea de cumprir uma parte importante e fundamental do projeto, que criamos e desenvolvemos desde 2013 e que, com absoluta certeza, será vencedor no tempo devido", apontou Zanon, aproveitando para responder às críticas de que a seleção não tem planejamento.
Em sua despedida, o técnico fez questão de afirmar que "o trabalho (da CBB) é limitado exclusivamente pela falta de recursos e não por falta de conhecimento ou comprometimento." Ao anunciar o "afastamento" de Zanon, a CBB não informou se o treinador pode retornar ao cargo. Também não deu nenhuma informação complementar.