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Praia lotada em feriados

Florianópolis vê aumento de casos de Covid-19

Folhapress
03 nov 2020 às 09:49
- Reprodução/Pixabay
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Dias de folga em feriados nacionais e tempo ensolarado atraíram milhares de pessoas à beira da praia de Florianópolis, muitas sem máscara e aglomeradas. A capital catarinense, que chegou a ficar um mês sem registrar nenhuma morte por Covid-19, agora vê o número de casos confirmados aumentando.


"Praia lotada é um dos piores cenários possíveis. Tem comportamento que favorece a disseminação do vírus. É o caso da aglomeração. Se um indivíduo está contaminado, a probabilidade de que passe para outro é muito grande e proporcional ao número de pessoas expostas", explica Fabrício Augusto Menegon, chefe do Departamento de Saúde Pública da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

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Os casos confirmados em Florianópolis saltaram de 2.517, em 20 de julho, período considerado o ápice da pandemia na cidade, para 16.409 em 19 de outubro, um crescimento de 552%, segundo dados do boletim da Secretaria Estadual da Saúde.

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Números da prefeitura mostram que as notificações diárias cresceram 60% no mesmo período, de 650 para 1.044.

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"Do ponto de vista prático e teórico da pandemia não mudou nada do que sabíamos em julho [considerado o ápice]. Não tem um fator novo que mostra que não precise tomar cuidado com aglomerações. É o contrário: é com as aglomerações que explodem os casos", alerta o professor.


Também entre 20 de julho e 19 de outubro as mortes cresceram 271%, saindo de 38 para 141 óbitos. Na última sexta-feira (30), véspera do feriadão de Finados, a cidade tinha 84% de lotação das UTIs, 18.599 casos e 155 mortes.

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"Observamos há quatro semanas que os casos vem aumentando. Existe uma relação com o feriado de 7 de Setembro, quando ocorreram aglomerações nas praias. Ou seja, sequer chegamos no pior cenário que deve se agravar com o reflexo dos feriadões de 12 de Outubro e 2 de Novembro", diz Menegon.


Segundo ele, o efeito das praias lotadas deve piorar os números. "Entre perceber os sintomas, procurar serviço de saúde, encaminhar o teste, sair o resultado e entrar para a estatística pode levar até cinco semanas", explica.

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Segundo Menegon, além do descuido dos banhistas na faixa de areia, a pandemia não está sendo enfrentada de maneira adequada. "Florianópolis se destacou por suas medidas, com testagem de suspeitos e seus contatos, fez linha direta com o cidadão para explicar que a pandemia estava em expansão e que as pessoas deveriam ficar em casa. Deu certo, mas agora isso não está sendo feito", diz.


Florianópolis aplicou 42.110 testes -a população da cidade é de 477.798 habitantes. Procurada para comentar o aumento de casos, a Secretaria Municipal de Saúde afirmou que "orienta a população a cumprir as atuais medidas restritivas, evitar locais fechados com pouca circulação de ar, utilizar sempre máscaras e manter o isolamento sempre que possível".

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A pasta afirmou ainda que "trabalha para aumentar a testagem, isolamento, e fiscalização das medidas" e que ampliou equipes.


Estudo do Núcleo de Estudos de Economia Catarinense (Necat), da UFSC, mostra que a microrregião de Florianópolis tem a maior taxa de contágio do estado. Segundo a pesquisa, houve uma expansão de 7% na primeira semana de outubro, 8,5% na segunda semana e 12% na terceira.

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De acordo com o boletim do Necat, a taxa "indica uma reaceleração forte do contágio que, sem dúvida alguma, é o principal foco atual de contaminação no estado".


A reabertura da economia também está relacionada ao avanço dos casos. Santa Catarina tinha 247 casos de Covid-19 em 1º de abril. Quando o comércio de rua foi reaberto, em 13 de abril, o número saltou para 826. Depois, em 22 de abril, quando reabriram os shoppings, os casos totalizavam 1.115 casos. Na última quinta-feira (29), já eram 254.448 casos.

"Se o poder público não assumir de maneira decisiva e com seriedade, isso não vai passar tão cedo. Não teremos cenários favoráveis tão precocemente", diz Menegon.


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