Celsinho não jogou bem mais uma vez no domingo. Foi substituído novamente no início do segundo tempo e foi vaiado pelo torcedor. As vaias já haviam acontecido em outras partidas, mas diante do Botafogo foram mais intensas e de forma generalizada.
É injusto falar que apenas o Celsinho tem jogado mal. Nos últimos três jogos poucos jogadores do Londrina se saíram bem. Mas, pelo que ele representa, por ser o 10 da equipe as cobranças em cima dele serão maiores mesmo. É absolutamente normal.
O grande problema é que o Celsinho foi supervalorizado na sua chegada como o salvador da pátria. E definitivamente não é. Foi supervalorizado pelo clube, pela mídia, até pelo seu passado, e também pela torcida, sobretudo pelas suas primeiras partidas.
Celsinho marcou seis gols nos quatro primeiros jogos do Paranaense. E isso empolgou a todos. É verdade que eram adversários fracos e muitas equipes estavam se ajustando ainda.
Quando passou a ser bem marcado, caiu o seu rendimento. O seu último gol foi em 17 de março, quando marcou de pênalti na vitória de 2 a 0 sobre o Nacional em Rolândia. De lá para cá, o Londrina fez 17 partidas e o Celsinho esteve em campo em 12 delas.
A falta de gols não é o principal problema. Falta uma jogada de efeito, um drible, uma assistência, um bom cruzamento. E, convenhamos, para uma camisa 10 isso é necessário e a torcida cobra mesmo.
A grande questão sobre as vaias é entender se o futebol que o Celsinho pode jogar é esse mesmo. Se for, vaiar não vai adiantar. Talvez o futebol apresentado no início da carreira e, que o levou para a Europa ainda menino por milhões de dólares não seja mais uma realidade palpável.
Tanto é que mesmo depois de um bom Paranaense, o meia não recebeu nenhuma proposta, sequer sondagem, para deixar o Londrina. Pelo que jogou no início da carreira o seu lugar seria outro, mas o futebol de hoje não permite voos maiores mesmo.
Celsinho tem potencial. Não há dúvida. Mas, falta algo ao atleta. Falta de vontade e determinação não é o caso. Ter a humildade para reconhecer que o passado não resolve mais, absorver e crescer com as críticas e, aos poucos reencontrar o bom futebol, pode ser um bom início. Não como um salvador, mas como um jogador importante dentro da equipe.
Talvez a reserva fizesse bem para ele e para o Londrina. Seria interessante preservar o atleta para não se desgastar ainda mais com a torcida. Até porque o LEC tem duas partidas para melhorar e garantir a classificação. O tempo é curto. E insistir nesta situação pode ser arriscado demais.