Há muito tempo que o futebol brasileiro não é feito apenas dos clubes tradicionais, de torcida, de história, de títulos.
Os clubes de "empresários" crescem em uma velocidade assustadora e já passou, infelizmente, a ser comum as notícias de mudança de cidades, de nomes, de cores, de donos.
Não há mais a preocupação em se fixar em um local e criar raízes ali. O que manda é o mercado. Vai para onde há a melhor oferta, ou imagina-se que seja a melhor.
Reportagem da Tribuna do Norte desta terça-feira revela que o empresário Gilberto Ponce, presidente do Apucarana Sports, pode deixar a Cidade Alta se não houver apoio do empresariado local.
Ponce revela ainda que já recebeu oferta para transferir o time para Arapongas! Cidade onde o empresário Adir Leme da Silva pediu licença de um ano na Federação Paranaense, alegando que não havia ajuda dos empresários locais com o clube de futebol. O Arapongas assim abriu mão da vaga na primeira divisão do Paranaense.
Gilberto Ponce é um empresário de sucesso, sério, de visão, apaixonado pelo futebol e pelo Londrina e que precisa estar envolvido com o esporte, para o bem do futebol do norte do Paraná.
Ao meu ver, Ponce parece ter feito as escolhas erradas quando "desistiu" do Londrina e criou o Cincão Esporte Clube. Futebol é muito caro, e o fardo de sustentar o novo clube sozinho ficou pesado demais.
Ponce se aliou a outro grande empresário, Sérgio Kowalski, e criaram o Apucarana Sports, no lugar do Roma. Kowalski se afastou da direção, por motivos pessoais, e a responsabilidade recaiu novamente toda sobre Ponce, que agora busca outros apoios.
E vale lembrar que Gilberto Ponce foi candidato a presidente do Londrina em 2009 e tinha ótimas chances de ganhar a eleição, que foi cancelada pela Justiça do Trabalho, para posteriormente decretar a intervenção judicial, que salvou o Londrina da extinção.
Ponce saiu chateado da eleição que não aconteceu e decidiu deixar o Lec e partir para um projeto próprio. Talvez tenha se precipitado.
Com um pouco mais de paciência, poderia ter participado de todo o processo de reestruturação do alviceleste e estaria envolvido com o clube do seu coração até hoje.
Como amigo particular e admirador do seu trabalho, torço para que Ponce tenha sucesso nesta empreitada em Apucarana, mas desejo também que um dia ele possa voltar a fazer parte da vida alviceleste.