O que primeiro me chamou a atenção foi que a nota oficial não foi assinada pelo presidente Hélio Cury e sim pela assessora de comunicação. Uma nota oficial tem que ser assinada pelo presidente ou, no mínimo, um diretor.
A Federação Paranaense de Futebol (FPF) não contestou, desmentiu e não esclareceu os detalhes do contrato com a Chevrolet. Perdeu a chance de ser transparente e ganhar credibilidade.
Falar em 'cláusulas contratuais de confidencialidade' em uma entidade que tem dezenas de filiados não é uma atitude para se aplaudir. A FPF não deve satisfações e explicações a mim, mas aos clubes sim.
A Federação tem obrigação de informar seus filiados. Os clubes são 'os donos´da Federação. Sem eles ela não existiria. Não teria razão de ser. Ela tem obrigação de trabalhar por eles. E trabalhar bem. Só isso.
O próprio texto no site oficial da entidade que fala da fundação da Federação destaca '...a Federação foi fundada em 1937 por oito clubes..Atlético Paranaense, Coritiba...e que ela organiza campeonatos, credencia o esporte no Estado e dá todo o apoio aos seus filiados...´.
É como imaginar um sindicato de classe ou uma associação. A entidade fecha um contrato de patrocínio e não informa os detalhes da negociação para os seus associados. Difícil aceitar isso.
Se a Federação não quer dividir entre os clubes os valores do contrato com a montadora de automóveis ela tem a obrigação de comunicar aos clubes os motivos desta decisão e, sim, informá-los dos valores recebidos, do tempo de contrato vigente e como ela usará este dinheiro. Só revelar que irá pagar dívidas passadas com este dinheiro não é suficiente.
É uma pena. Pobre futebol paranaense.