O enrendo não poderia ser mais perfeito. Sofrimento, fé, emoção, coragem, luta, disposição, festa, delírio. Um jogo histórico, marcante, épico, de gala. Uma vitória conquistada sob muito suor, vontade e um futebol de outro mundo.
Nem o torcedor alviceleste mais fanático esperava um drama tão grande como foi a vitória do Londrina por 4 a 1 sobre o Atlético no estádio do Café na noite desta quarta-feira.
O Londrina está de volta a uma final depois de 22 anos. O interior volta a mandar no futebol paranaense. O clássico do Café esta de volta a uma final, como aquela histórica de 1981.
Quando o Atlético fez 1 a 0 aos 14 minutos, com Marcos Guilherme, o sonho parecia impossível. O Londrina sentiu o golpe e demorou a voltar a pressionar como havia sido até tomar o gol.
Aos 26, Tencati foi para o desespero. Tirou o volante Anderson e colocou o atacante Lucas. O alviceleste foi para o abafa. E o empate veio aos 34 minutos. Jogada de Joel e gol de Arthur, que estava só começando a fazer a sua maior partida como jogador profissional.
A conversa de vestiário funcionou e o Londrina voltou para o segundo tempo para definir a classificação. O Lec jogava e o Atlético não conseguia acompanhar.
Maicon Silva cresceu de produção e fez o cruzamento para Joel virar o jogo, aos 10. O Atlético sentiu. Após escanteio de Rone Dias, Arthur fechou no segundo pau e fez 3 a 1, aos 12. O garoto já era o herói da noite.
O resultado levava a decisão para os pênaltis. Um gol para qualquer lado definiria a partida. Por isso, a partida ficou aberta e com chances para os dois times.
A torcida empurrava o Londrina e o time correspondeu. Aos 29, Arthur fez o terceiro dele e resolveu o jogo, de cabeça. O garoto criticado pelo torcedor no início do ano por, supostamente, jogar sem vontade, saiu nos braços do povo e se tornou o Rei Arthur. O artilheiro fez a diferença novamente.
A partir daí foi só administrar e curtir a festa dos quase 15 mil torcedores que não deixaram nunca de acreditar na virada. Era possível e o Londrina mostrou que era melhor, agora dentro de campo.
E bem feito para o Atlético, que há dois anos menospreza o Paranaense e não merecia nunca chegar a uma final novamente.
E viva o interior, que comanda o futebol paranaense novamente. E depois de uma noite épica dessas é difícil imaginar que algo possa parar o Tubarão no campeonato.