Chegou a hora. O Londrina entra na semana da estreia do Brasileiro da série B, a prioridade do clube na temporada e uma competição aguardada com muita ansiedade pela torcida.
O time chega fortalecido pelo título do interior conquistado nos pênaltis contra o PSTC, no sábado.
Claro que o torcedor esperava que o LEC chegasse mais longe no estadual e tinha condições para isso. Alguns percalços administrativos impediram. O tricampeonato do interior acabou sendo um prêmio de consolação. Melhor que seja assim. Pelo menos o time terminou vencendo e sendo campeão.
Se a série B sempre foi a prioridade em 2016, o Estadual serviu de laboratório e ajuste da equipe. O Tubarão termina o Paranaense com aspectos positivos e também negativos. A constatação que fica é: o Brasileiro é muito mais difícil e o time terá que produzir mais.
O Londrina continua com uma defesa segura e sólida - 13 gols sofridos em 15 jogos. Antes uma incógnita, Marcelo se firmou, mostrou segurança e competência e já fez a torcida esquecer de Vitor.
Apesar disso, o sistema defensivo precisava se reforçar. E a diretoria buscou um zagueiro e dois laterais. Que as escolhas tenham sido acertadas. As referências são positivas.
Alguns garotos estão ganhando espaço e se tornando realidades. Com os altos e baixos inerentes da juventude, Wellisson e Júlio Pacato foram bem e podem deslanchar no Brasileiro. Em um patamar abaixo ainda, Raí Ramos mostrou potencial.
A forma do Londrina jogar continua previsível demais. A impressão é que o Tencati já percebeu isso. E agora, com mais opções, já começa a testar novas formas de jogar. Em Cornélio, o time atuou com três atacantes.
A série B exige mais e é necessário ter outras alternativas. No Estadual, a equipe continuou pouco criativa, vide a seca dos atacantes - Bruno Batata não marca há 13 jogos. Em 15 partidas, foram apenas 20 gols marcados.
Com Netinho em forma e inspirado a produção é outra. O 10 alviceleste tem um toque diferenciado e faz o time jogar. A questão é que a carga de 38 jogos da série B é pesada demais para suportar sozinho. Seria prudente buscar uma segunda opção. Zé Rafael, Rafael Gava e Leílson têm outras características.
Não dá para dizer que os nossos três centroavantes - Batata, Keirrison e Itamar - não sabem fazer gol. O histórico mostra justamente o contrário. A questão é com qual frequência e qualidade a bola vai chegar a eles.
Apesar de ser o chamado jogador de beirada, o atacante Jô chega com boas referências, inclusive na hora de fazer gols. Pode ajudar a melhorar o aproveitamento ofensivo da equipe.
A série B atual é completamente diferente da última que o Londrina disputou em 2004. O time pode sofrer um pouco também por ser "estreante" neste "novo" Brasileiro. Talvez esteja alguns degraus abaixo na questão de clube em relação a times mais rodados no Nacional.
Mas, dentro de campo o Londrina tem condições de fazer uma boa competição e ir bem. Apesar de alguns problemas, o LEC é um time difícil de ser batidos - foram só quatro derrotas no ano. O que falta, talvez, é um pouco mais de audácia nos chamados jogos grandes.
Subir já no primeiro ano talvez pode ser audácia demais. Não que não seja possível. É. Mas, é difícil. Também não acredito em luta contra o rebaixamento. Brigar na parte de cima da tabela seria o mais palpável. E este quadro não decepcionaria a torcida e nem a cidade.
Que venha a série B e que o Londrina e o torcedor desfrutem dela o que ela tem de melhor. E que não faltem gols, vitórias, alegrias e emoção. Definitivamente, o Tubarão voltou!