A responsabilidade pela falta de gols sempre recai sobre os atacantes. Em uma análise superficial, não deixa de ter razão. Fazer gols é obrigação deles e, normalmente, são os que têm os maiores salários, justamente porque a missão não é tão simples assim.
Uma análise mais aprofundada, porém, indica quem nem sempre a culpa é de quem fica lá na frente. Vejamos o caso do Londrina. O time cria pouco, muito pouco e, consequentemente, faz pouquíssimos gols. Tem só 19 em 21 partidas da série B.
Tirando como base a derrota para o Goiás. O LEC teve três chances para marcar. Apenas uma delas clara e que foi desperdiçada por Zé Rafael, que não é atacante. O próprio Zé teve uma outra boa oportunidade e também Keirrison, que encobriu o goleiro e o zagueiro tirou antes da bola entrar.
Muito mais que melhorar a pontaria dos seus homens de ataque, o Londrina precisa qualificar o setor de criação. Será que trocar os atacantes irá resolver?
O LEC já jogou com Keirrison, Bruno Batata e Itamar, como homens de referência. Além de Paulinho, Jô, Safira e Marcelinho, pelos lados. Os titulares hoje são Keirrison e Jô, este, pelo menos até agora, a única unanimidade por parte da torcida.
K99 tem sido muito contestado nas últimas partidas. A reclamação é que faltaria a ele mais disposição, vontade de brigar pela bola, dividir e incomodar os zagueiros. Não percamos tempo.
Nem no auge da carreira - 2008 e 2009 - Keirrison fazia isso. Não é defeito é apenas a sua característica. Keirrison é o atacante da última bola, do espaço curto. É só rever todos os sete gols dele com a camisa do LEC. Todos dentro da pequena área.
Querer que ele corra atrás da bola, do zagueiro e de combate é perder tempo. De qualquer forma, ele sozinho marcou 30% dos gols do time na série B.
Itamar já é diferente. É trombador, voluntarioso, vai para o contato físico, a bola suja. Só que depois de 30 dias no departamento médico, voltou um pouco mais rechonchudo do que normalmente é. Hoje, não aguenta atuar 90 minutos.
Bruno Batata, em termos de características se situa entre os dois. Porém, a fase é terrível. Não marca um gol há mais de seis meses.
Resta ao treinador encontrar a melhor opção, de acordo com a característica de cada adversário. Ah, sem esquecer que o problema nevrálgico do Londrina está um pouquinho mais atrás.