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Tubarão de barbatanas!!

05 abr 2013 às 11:42

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Parabéns para você torcedor alviceleste, para você que é Tubarão de barbatanas! Parabéns pelos 57 anos de glórias!!!

Lindo e emotivo texto. Por Rodrigo Linhares.

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Não, não sou daqui. Nasci em São José dos Campos-SP, onde fui criado, e morei também um tempinho em Resende, no interior do Rio.

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Meu primeiro contato com a cidade de Londrina só foi acontecer em janeiro de 1997, quando vim fazer o vestibular da UEL.

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O curso de odontologia era bastante concorrido: 35 candidatos por vaga (só perdia para o de medicina). Vim em um busangão da Viação Garcia, praticamente lotado por estudantes.


Gritaria, falatório, gente já combinando as festas (afinal, eram quatro dias de provas, lembra?). Lá pelas tantas consegui pegar no sono e quando acordei a primeira coisa que vi, ainda no meio da madrugada, foi a Panificadora Expressa, na Av.10 de dezembro.

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Naquele mês de janeiro, em meio ao sengalesco calor de Londrina, sobrevivi à maratona de provas. Fui aprovado e voltei. Cabeça raspada e mochila nas costas. Para ficar em definitivo.



Em definitivo? Convivendo com sérios problemas de saúde, ainda vivia a incerteza não só de minha permanência por aqui como também de meu próprio futuro.

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Longe dos amigos e da família em um momento tão delicado, confesso que pensei em desistir. Tropecei, caí, chorei, ri de tudo e me levantei. E aqui estou até hoje na cidade que adotei (e pela qual fui adotado) naquele ano.


Nesse meio tempo, fui aprendendo a amar a cidade que me abriu suas portas e o time que leva seu nome. Londrina. Tubarão.

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Mas por que Tubarão se a cidade fica tão longe da praia? Ah, foi por causa da campanha de 1977, quando o time foi quarto colocado no Brasileirão.


Minha curiosidade foi ficando aguçada. Ir ao Café e ao VGD passou a ser programa obrigatório. Comecei a conhecer um pouco mais da história gloriosa desse clube e de seus personagens.

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Vi de perto a equipe quase voltar à Série A do Brasileirão, em 1998. Assisti também às ressurreições de 1999 e 2011. Ah, o gol do angolano Johnson contra o Cruzeiro em 2002! E o pênalti defendido pelo Serginho naquele jogo? Toma, Edílson Capetinha!


Cheguei aqui somente 20 anos depois, mas posso dizer que me sinto como se tivesse visto das arquibancadas de São Januário o "tal jogo" contra o Vasco, pelo Brasileirão de 1977.

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Posso jurar que aquele beijo do Paulinho Canhão de Pinhal no troféu, depois do gol que garantiu o título da Taça de Prata de 1980, também foi o meu.


Para mim, fui um dos que gritaram o nome do Garcia naquela final de 1981 contra o Grêmio Maringá, quando ele se encorajou, foi para o aquecimento sem o consentimento do técnico Urubatão e fez o gol do título!


Anos depois de chegar aqui, comecei a trabalhar em rádio e o contato com os grandes ídolos da história do clube foi se estreitando. Foram muitas entrevistas que me emocionaram.


Vi os olhos de João Neves brilharem ao falar do gol do título de 1992, enquanto Márcio Alcântara dava boas risadas ao contar como usou a malandragem para fazer o histórico gol de empate na segunda partida final contra o União Bandeirante.


Me emocionei com o choro de Paulinho Canhão de Pinhal, quando o coloquei para falar com Carlos Alberto Garcia, depois de 18 anos sem qualquer tipo de contato.


O "manteigão" Garcia, então, vixe!! A cada vez que conversamos pessoalmente, seus olhos ficam marejados quando relembramos seus grande momentos.


Senti a felicidade de Cláudio José ao me pedir para, no meio de uma entrevista por telefone, colocar o som do celular no viva-voz para que seu filho, hoje tentando a sorte no futebol, também pudesse ouvir a sua cobrança de pênalti contra o Atlético-PR (aquela que colocou o Tubarão na final do Paranaense de 1992).


E o reencontro dos amigos e compadres Nivaldo e Zé Dias, campeões da Taça de Prata de 1980 e do Paranaense de 1981, ao vivo, no Plantão Paiquerê? Que momento lindo!


Apenas lamento que rádio não mostre imagens e que eu, Luís Pacheco e Valmir Martins tenhamos sido os únicos felizardos a terem visto o abraço que esses dois deram, após 15 anos sem terem notícias um do outro.


Depois de tantas emoções pessoais e profissionais, só posso dizer que esse time me conquistou. Sim, virei Tubarão de barbatanas, bordão que inventei na Rádio Paiquerê AM e pegou em toda cidade.


Confesso que quase chorei, em um misto de emoção e de gratidão, quando fui ao Café no Paranaense do ano passado e vi um ambulante vendendo uma faixa com os dizeres "Sou Tubarão de barbatanas!".


Cada vez mais me sinto Londrina Esporte Clube desde sempre e, mais do que isso, me sinto como se tivesse nascido nessa cidade que, como disse, adotei e me adotou no ano de 1997.


Me casei e optei por viver aqui com minha esposa Daniela. No ano passado nasceu a Mariana, nossa primeira filha. Londrinense de verdade, como me sinto já há tantos e tantos anos. E torcedora do Londrina também.


Londrina Esporte Clube. Obrigado, Tubarão, e parabéns pelos seus 57 anos de vida e de glórias!!

Uma paixão sem limites…


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