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Política monetária – Reunião do Copom

20 jul 2010 às 12:20
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Na próxima quarta-feira o colegiado do Banco Central brasileiro volta a se reunir
e deve dar continuidade ao ciclo de alta da taxa Selic iniciado em abril. Dentro do
nosso entendimento a autoridade monetária deve promulgar novo aumento de
0,75 pontos percentuais nesta reunião. Já nas reuniões seguintes, trabalhamos
com mais dois novos aumentos de 0,50 pontos percentuais, chegando ao fim do
ano com a taxa Selic em 12% a.a..

O risco que se apresenta hoje a este cenário é de um ajuste total um pouco
menor, em virtude dos dados domésticos mais recentes que apontam
acomodação da atividade econômica e da inflação, combinados aos dados
externos que sugerem que a dinâmica da economia mundial deve ser mais
amena do que o anteriormente projetado.

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No que concerne os dados domésticos, em grande parte os números apontam
que a atividade econômica se acomodou ao longo do mês de maio e junho. As
taxas de variação na margem mostram estabilização, no entanto, indicadores de
tendência, como as médias móveis trimestrais, apesar de terem reduzido o ritmo
de crescimento frente aos meses de março e abril, ainda mantém uma trajetória
ascendente.

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Observa-se, portanto, uma consolidação do atual ciclo de expansão da economia
brasileira. A recente acomodação não constitui indicativo de alteração de
tendência em especial porque a economia deve continuar a ser sustentada pelas
trajetórias favoráveis do mercado de trabalho, dos índices de confiança de
empresários e consumidores, e pela continuidade da oferta operações de crédito.

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O mesmo vale para a dinâmica de preços. Chega-se ao final da primeira metade
do ano com as taxas de inflação apontando variações mensais próximas a zero.
Após um primeiro trimestre de fortes altas nos preços, principalmente de
alimentos, combustíveis e empregados, os índices de junho e julho apontam a
desaceleração de muitos destes grupos.


O principal índice de preços ao consumidor, o IPCA, em junho não teve variação
no mês, fechando exatamente em zero e caracterizando assim, o mais baixo
IPCA mensal desde junho de 2006. Por outro lado, o índice acumula alta de
3,1% somente neste ano. A mesma dinâmica é observada nos índices de preços
no atacado medidos pelos IGPs. O IGP-10 fechou julho com alta de 0,05%,
devido principalmente a desaceleração dos bens intermediários. Porém no ano o
índice acumula alta de 5,6%.

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Ainda que os índices de inflação tragam um alívio imediato, a desaceleração não
é garantia de baixos índices no futuro. Há uma larga expectativa de que os
preços voltem a ficar pressionados nesta segunda metade do ano.Vale também
mencionar que ambos os índices persistem em patamar elevado, lembrando que
a meta para o índice de preços ao consumidor, para o ano como um todo,
perseguida pelo Banco Central é de 4,5%.


Neste sentido, como vem sendo salientado pela própria autoridade monetária,
diversos são os indicadores de atividade que apontam a existência de pressões
sobre o mercado de fatores. Estas pressões aumentam as chances de que
desenvolvimentos inflacionários inicialmente localizados venham a apresentar
riscos para a trajetória da inflação. Portanto, é esperado e desejado que a
autoridade monetária continue a agir de forma a ancorar as expectativas de
inflação e garantir um ambiente saudável para o crescimento sustentado a
frente.
Cabe porém, destacar que nos últimos dois meses, vários dados sugerem que a
economia mundial apesar de continuar em recuperação, cresce a taxas mais
amenas do que o anteriormente esperado.

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O crescimento observado na primeira metade do ano ocorreu em grande parte
devido à recuperação da indústria em resposta a uma forte variação de
estoques. Porém persistem as elevadas taxas de desemprego e de ociosidade
dos fatores de produção.
A expectativa de que os estímulos governamentais deverão ser gradualmente
retirados ao longo dos próximos trimestres, gera a dúvida se as economias
poderão de fato caminhar sozinhas.
O agravamento das condições fiscais em países da Europa e o aumento da
aversão ao risco nos mercados financeiros acabam por limitar este processo de
recuperação em curso.


Neste contexto, apesar das condições da economia mundial terem apresentado
deterioração relevante nos últimos dois meses, podendo limitar o crescimento da
economia doméstica nos trimestres à frente, a autoridade monetária brasileira
deverá dar seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias,
norteada principalmente pelo cenário doméstico, que segue apontando para um
crescimento acima do potencial e inflação elevada.

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Desta forma, mantemos nossa projeção de mais três elevações da taxa Selic
neste ano, terminando em 12% a.a.. Sem dúvida, os riscos que se apresentam
a este cenário são hoje de um ajuste total menor. Porém, assim como não
alteramos nossa projeção para cima quando da divulgação dos dados de
atividade ao final do primeiro trimestre, entendemos ser mais prudente aguardar
novas divulgações para então, se julgarmos necessário, alteramos nosso cenário
de ajuste a frente.


Marianna Costa
Economista


Equipe Trader

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