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Competição infantil: Um dilema entre o jogo e a pressão

Marjorie Ostrowski
23 set 2024 às 15:57
- Imagem de freepik
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Oie, para quem me acompanha sabe que eu sou mãe de dois meninos, um com 5 anos e outro com 9 anos, duas crianças que amam praticar esportes. Como eles fazem escolinha de futsal, acabam também participando de competições locais, o que é muito bom para que eles desenvolvam suas habilidades, emoções e frustrações.


Mas durante os jogos das competições eu me pego observando os comportamentos e atitudes dos treinadores de futsal que lá estão em quadra acompanhando as crianças dos dois times durante os jogos, por que estou falando isso? 

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Porque muitos treinadores de futsal querem ganhar o jogo a qualquer custo e do meu ponto de vista acabam passando dos limites, durante os jogos ouço muitos gritos, agressividade nas falas, uma falta total de controle emocional e até xingamentos.

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E me pergunto: Será mesmo que uma criança precisa passar por isso? Passar por todo esse excesso de cobrança? É difícil ou despreparo do professor em entender que são apenas crianças de 6, 7, 8, 9, 10 ou 11 anos que estão lá para se divertir, mostrar suas habilidades adquiridas durante os treinamentos semanais.

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Certo dia quase chamei o conselho tutelar ao ver um professor de futsal totalmente desequilibrado xingando as crianças na quadra e o pior era olhar para o lado e ver os pais todos calados. Eu até fiz uma analogia com um relacionamento abusivo, tóxico que ninguém quer ceder; O agressor(Treinador) jura que é por amor e a vítima (a criança) continua ali calada porque é frágil, e os pais acreditam que seus filhos precisam passar por isso para crescer, é mesmo necessário essa pressão nestes jovens atletas?

O que mais me preocupa enquanto mãe é que parece que os pais fazem vista grossa ou não querem enxergar essas agressões verbais e morais. Quando um pai ou mãe leva seu filho em uma escolinha de futebol ou futsal é porque eles querem que seus filhos se desenvolvam ou para serem humilhados?

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Lembre-se que você é o pai ou mãe que paga para seu filho(a) estar ali neste ambiente de aprendizado e não para ser cobrado. Cobrar alto desempenho de uma criança é um grande absurdo. Tenho muitas amigas psicólogas que compartilham o pensamento que as crianças com altas habilidades só precisam ser direcionadas.


Conheço um profissional de Ed. Física que inclusive já foi campeão paranaense de Futsal que fica indignado ao assistir os jogos e ver um “treinador” cobrando alto rendimento de uma criança que na maioria das vezes nem foi treinada para fazer aquilo. Então, se você não aceita falta de respeito, por que deixa seu filho(a) aceitar? E pior, fazê-lo acreditar que isso é normal.

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Como podemos proteger nossos filhos em competições?

Acredito que observar o professor de futsal da escolinha do seu filho como ele é durante os treinos, como ele atua durante os jogos e principalmente como ele reage com derrota, seja lá qual for a competição que seu filho estiver participando, lembre-se: São crianças.

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Quando seu filho for adulto e profissional ele será muito cobrado por todos, comissão técnica, torcida, companheiros do elenco etc., mas aí tudo bem pois ele estará ganhando para estar lá. Agora eu penso que é muito importante você entender que seu filho(a) está ali para ser algo divertido e prazeroso, mesmo que o objetivo seja jogar bem e conquistar a vitória, a derrota também pode acontecer e ele vai aprender a lidar com a frustração, isso sim faz parte do aprendizado.


Infelizmente eu também vejo muitos pais desequilibrados achando que seus filhos já são profissionais com 7 anos de idade e durante os jogos ficam mandando seus filhos baterem nos adversários, xingando a arbitragem e dando péssimos exemplos para seus filhos em quadra.

Lembro aqui que nosso papel de pais no esporte infantil é torcer, vibrar, mandar energia positiva para nossos filhos e seus colegas darem o seu melhor, sem precisar dizer palavras ofensivas e de baixo calão. Então bora torcer com amor e carinho, pois são apenas crianças se divertindo em quadra.

Trouxe essa reflexão e se você quiser, podemos continuar o papo lá no meu Instagram @respira.mamãe

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