A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (CDH-OAB), subseção Londrina, vai protocolar ofício junto à 19ª Promotoria de Justiça para pedir esclarecimentos sobre os casos de tuberculose registrados na unidade 2 da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL).
Na última sexta-feira (25), um preso de 20 anos morreu vítima da doença. Alisson Rafael Martins Pereira estava internado desde o dia 21 no Hospital Universitário (HU). Outro detento também deu entrada no mesmo dia com caso confirmado e um terceiro ainda está passando por testes. De acordo com a assessoria do HU, ambos têm quadro de saúde estável e permanecem na enfermaria.
Além destes, outros seis presos contraíram a doença, mas permanecem na unidade prisional, segundo informou o Departamento de Execução Penal (DEPEN) por meio de nota. "Todos estão medicados e em local isolado".
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A OAB revelou que vai comunicar o caso junto ao MP ainda hoje. "Primeiro vamos pedir informações oficiais. Recebemos essas denúncias dos familiares dos detentos na sexta-feira. Queremos saber quais providências serão tomadas a respeito e se houve negligência", informou Paulo Magno Cicero leite, coordenador da CDH-OAB. O mesmo documento também deve ser encaminhado à Corregedoria e Direção da PEL 2. "Sabemos da gravidade dessa doença e também nos preocupamos com a saúde dos funcionários", ressaltou.
Em janeiro, o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen) denunciou a situação precária do estabelecimento prisional. Com destruição de diversos setores e alas da unidade, após o fim da maior rebelião registrada em outubro, muito lixo se acumulou no local. Na ocasião, segundo a entidade, dois agentes penitenciários tiveram que ser afastados após contraírem tuberculose. Outro estava com suspeita de dengue.
Em nota, o Depen informou que a Secretaria Municipal de Saúde também está monitorando os casos e, amanhã, promoverá uma palestra informativa aos servidores sobre o assunto. "Neste mês, também foi iniciado um mutirão de atendimento. Todas as quartas-feiras, cerca de 70 presos são atendidos pelos setores de saúde, social e jurídico", finaliza a nota.
No início de março, Maiki Deivid de Lima Francisco, de 22 anos, morreu após passar quase um mês internado no Hospital Universitário (HU). Apesar de o HU não revelar quaisquer detalhes do prontuário do paciente, a família do rapaz informou ao Centro de Direitos Humanos (CDH) que ele estava com suspeita de tuberculose.