Parte do aterro sanitário de Londrina desmoronou nesta quinta-feira, espalhando lixo por mais de 400 metros de um vale e provocando estragos ambientais. Técnicos da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), órgão público responsável pela manutenção do aterro, estão investigando a possibilidade de ''ação criminosa''.
O acidente ocorreu perto das 7 horas, quando uma das ''células'' (montes de lixo e entulho que são formados antes de serem nivelados pelas máquinas) acabou desmoronando. O lixo soterrou parte de uma estrada que dá acesso ao fundo do aterro, ultrapassou uma barreira de contenção e chegou a invadir uma pequena reserva de mata no fundo do vale, próximo ao Córrego Piriquito.
O presidente da CMTU, Wilson Sella, foi informado do caso no momento em que participava de uma reunião que discutia exatamente a proibição de entulhos. Sella foi até o local e verificou o trabalho dos funcionários, que tentavam reter o material espalhado com dois tratores de esteira.
Leia mais:
Sesc comemora o aniversário de Londrina com shows gratuitos neste domingo
Confira dicas de segurança para se proteger durante as compras de Natal em Londrina
20 equipes iniciam maratona para criar soluções para uma cidade inteligente
Após reforma e ampliação, Londrina entrega Escola Municipal na Zona Norte
Acompanhado de um técnico, Sella observou o entupimento de um dos ''drenos'', poços construídos para acumular e encaminhar o líquido resultante da decomposição da matéria orgânica (chorume) até os tanques. ''O que chamou a atenção foi que nunca tivemos um dreno entupido, o que pode evidenciar uma ação criminosa. Felizmente, os lagos (com chorume) não estouraram.'', comentou Sella.
Ele disse que vai solicitar a abertura de inquérito policial para apurar o caso, na tentativa de apontar o verdadeiro motivo que teria provocado o desabamento. ''A chuva é outra forte hipótese, mas teria que chover muito para fazer o estrago que fez'', afirmou o presidente da CMTU, descartando a possibilidade de manutenção deficiente do aterro.
Desde 2000, foram investidos cerca de R$ 2,5 milhões na melhoria do aterro sanitário, incluindo as lagoas para o tratamento de chorume implantadas em outubro do ano passado. O local recebe, em média, 350 toneladas de lixo comum e mais de mil toneladas de entulho diariamente.
Um novo espaço, com 25 alqueires e localizado na Colônia Coroados (zona sul), está sendo viabilizado pela prefeitura de Londrina até o segundo semestre do ano que vem, mas receberá somente lixo doméstico. Atualmente, a área está em fase de negociação, embora os agricultores da colônia critiquem o projeto.