Entre as comemorações para cada paciente que recebia alta e as ligações para familiares de pessoas internadas avisando sobre alterações no quadro de saúde - tanto boas quanto ruins -, a equipe da Casa de Saúde Dr. João Lima, de Cornélio Procópio (Norte Pioneiro), colocou em palavras os sentimentos, desejos, medos e aflições vividos durante a pandemia.
Intitulado “O heroísmo por trás das luvas, máscaras e aventais: a história da Covid-19 no Norte Pioneiro paranaense”, o livro traz diversos relatos dos momentos mais angustiantes da crise sanitária. O lançamento do livro é nesta sexta-feira (2), às 20h, no anfiteatro do campus de Cornélio Procópio da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná).
Segundo os organizadores, a renda será utilizada para ampliar e melhorar os serviços de reabilitação pós-pandemia, que envolvem sequelas respiratórias, neurológicas, cardiovasculares e mentais.
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Com relatos de 19 profissionais da saúde e de familiares de pacientes internados no hospital, o livro foi organizado pelo geriatra e diretor clínico João Batista Lima Filho, o psicólogo Arthur Crepaldi Vigatto e o geriatra André Coelho Lima.
Quando a pandemia chegou, o hospital foi acionado pela Secretaria Estadual de Saúde para ser a unidade de referência do SUS no Norte Pioneiro. No total, a instituição atendeu 1.238 pacientes de 47 municípios paranaenses.
Para Arthur Crepaldi Vigatto, por ser um hospital especializado em geriatria, já contava com uma equipe multidisciplinar que tornou o tratamento mais humanizado. “Na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) voltada para pacientes com a Covid-19, além das medicações e das intubações, a gente contava com psicólogos e terapeutas para oferecer um cuidado global com os pacientes e com as famílias”, explicou.
Segundo ele, durante esses atendimentos, a equipe teve a ideia de colocar no papel relatos sobre como estava sendo lidar com a pandemia, já que era algo novo para todo mundo. “Então acabou surgindo um interesse por parte das pessoas de registrar tudo aquilo que a gente estava vivendo.”
O psicólogo explicou que o livro é uma soma de relatos de pessoas que estavam de alguma forma envolvidas com a pandemia, tanto de profissionais da saúde quanto de familiares. “É quase como um diário daquilo que a gente estava vivendo. Não é algo que a gente apresenta referências científicas, o que a gente queria era apenas que as pessoas escrevessem com as próprias palavras o que o coração mandasse”, disse.
O livro traz relatos sobre a preparação do hospital para receber pacientes com a doença, mortes, a gratidão de realizar videochamadas e a sensação de receber um familiar em casa após a alta ou a notícia do falecimento.
“A gente organizou os relatos de forma coerente ao que foi vivido. É um conteúdo emocional e autêntico, não é um livro que traz referências científicas, mas traz uma verdade dos autores”, explicou.
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