O Bus Rapid Transit (BRT), sistema de mobilidade urbana cogitado pela Prefeitura de Londrina entre 2013 e 2014, já foi substituído há tempos pelo chamado Superbus, modelo mais simples e que, conforme o município, poderá atender mais usuários do transporte coletivo na cidade. As mudanças foram realizadas no decorrer do último ano, com a ajuda da ONG Embarq Brasil, mas é preciso 'oficializá-las' e, assim, evitar riscos futuros com a liberação do dinheiro necessário para a implantação do sistema. Um projeto de lei, em discussão na Câmara de Vereadores na próxima terça-feira (20), remove o termo "BRT" da lei que trata do financiamento dos recursos.
Na proposta, a prefeitura substitui BRT por BHLS (Bus with High Level of Service): "O princípio do BHLS é baseado nas melhorias de qualidade típicas de um sistema BRT, tais como rapidez, conforto regularidade e imagem, mas sem construção de canaletas exclusivas segregadas e dispensando obras de infraestrutura pesada. O conceito europeu de BHLS associa este modo de transporte à frequência, velocidade, qualidade e integração com o ambiente urbano, através da articulação coerente de três características fundamentais: a infraestrutura, os veículos e as condições operacionais", argumenta o Executivo na justificativa anexada ao projeto de lei.
Em Londrina, conforme a prefeitura, a implantação do novo sistema, voltado para demandas entre 20 mil e 30 mil passageiros por dia, "fará uso principalmente da infraestrutura de avenidas (já) existentes, em corredores dispostos nos principais eixos que cruzam a cidade". "Desta forma é possível dotar o transporte regular de um serviço de elevada qualidade, com prioridade, redução do tempo de viagem, flexibilidade, capacidade de resposta e custos mais econômicos ajustados às condições urbanas", observa o Executivo no projeto.
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Na avaliação da prefeitura, o projeto antigo de mobilidade urbana, que tinha o BRT no epicentro, poderia aumentar ainda mais os custos do município com a manutenção do sistema. Já o modelo atual, ainda conforme o Executivo, poderá modernizar o transporte coletivo, aumentar a qualidade do serviço oferecido e, consequentemente, atrair mais usuários.
As mudanças também diminuíram os custos previstos para a execução de obras. O sistema BRT, por exemplo, previa a construção de sete viadutos em Londrina. Já o BHLS, por meio do Superbus, aponta para a necessidade de apenas três viadutos.
As alterações, conclui a prefeitura, também já foram autorizadas pelo próprio Ministério das Cidades, órgão responsável pela liberação dos recursos necessários para as obras, e que não constatou nenhum "óbice quanto à revisão do escopo do empreendimento, visto que a proposta preserva o mesmo modo de transporte (por ônibus) e atende a mesma área de intervenção da proposta inicialmente selecionada (promovendo as ligações das regiões Leste/Oeste e Norte/Sul), inclusive com ampliação do número de pessoas beneficiadas (de 80 mil para 130 mil passageiros por dia".
As obras do Superbus estão orçadas em R$ 125 milhões.