Sem tabela de basquete, com as marcações no piso apagadas e cercada por formigueiros, a quadra de esportes localizada no cruzamento da avenida Castelo Branco com a rua Vicente de Carvalho, no Jardim Itamarati, região oeste de Londrina, figura como retrato do abandono. O vazio toma conta do espaço, que detonado não tem a serventia para o qual foi destinado.
Em outro ponto, na rua Araçatuba, Parque Alvorada, só muda o endereço, já que as características de descuido são as mesmas e os montes de formigueiro são o destaque. Moradores do entorno, como o garçom Ezequiel dos Santos, 24 anos, e do barman Maycon Amaral, 20, contam que as famílias do bairro gostariam de usar o espaço, mas não se animam.
"Não tem água, não tem iluminação e está muito longe do ideal, que seria ser coberta, para ser aproveitada também durante a tarde, ou em dias de extremo sol ou chuva, quando temos um intervalo", pensam.
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O mato em excesso e o alambrado corroído pelo tempo e pela ação de vândalos também se assemelham nas duas quadras, como se fizessem parte de um padrão de falta de qualidade.
Na Jardim Guanabara, ainda encontramos a quadra ocupada por duas crianças. Kauã, de 8 anos, e Luis Fernando, de 10, batiam uma bolinha sob os cuidados do avô, o professor aposentado João de Almeida, 81 anos. Morador do bairro há 30 anos, ele conta que há cerca de quatro meses a quadra ganhou pintura e é uma área de lazer bastante utilizada. "Os idosos fazem atividade física e agora estamos lutando para que ganhe cobertura. Aí vai ficar 100%."
Resposta
De acordo com o assessor logístico da Fundação de Esportes de Londrina (FEL), Nelson Correia, há bastante trabalho pela frente. "A demanda é grande, mas já foram revitalizadas as quadras do Panissa, da Vila Nova, do Guanabara e do Bosque Central."
Ele ainda acrescenta: "com os Jogos Escolares, estamos dando prioridade aos espaços que receberão atividades, como é o caso do Maria Cecília, Bandeirantes, UEL [Universidade Estadual de Londrina] e Ieel [Instituto de Educação Especial de Londrina]. Recebemos doações para fazer as pinturas e há mais boa vontade, pois estamos sem material e em processo de licitação."
Sobre ações de vandalismo, Correia conta com a vigilância constante da população. "Quem usa, cuida, mas nem sempre conseguimos escapar de uma pichação, por exemplo."