Difícil encontrar alguém que se recorde da época em que a Avenida Maritacas, na zona leste de Londrina, era asfaltada. Passar pelo que restou da via pode ser considerada uma ação radical por conta da quantidade de buracos, fendas e desníveis em todo o acesso para quem mora nas chácaras e nos bairros Gleba Primavera, Gleba Palhano e Urca.
Na opinião do vendedor Amos Pereira da Silva, de 57 anos, a avenida é o retrato do descaso. "Como é que pode uma avenida chegar a um estado desse? Ficamos sem acesso e isso é uma vergonha." Ainda de acordo com o morador, a alternativa é pegar uma rua lateral e dividir o acesso com os carros que estão na outra mão.
De acordo com o morador, houve uma época ainda dava para passar devagarzinho, mas agora está impossível. "Só para quem tem camionete traçada, do contrário é muito arriscado", diz. "Entra prefeito, sai prefeito, vem chuva e piora a situação, e nada é feito, fica tudo do mesmo jeito", reclama o vendedor, que também é músico.
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Inconformado, Amós encontrou no problema uma inspiração e chegou até a compor uma música sobre a situação. "Minha rua é um buraco só, desde os tempos de minha vó", entoa o refrão, que diz tudo.
O motorista Francisco Donizete Moreira, de 49 anos, mora na região há 19 anos e conta que embora seja habituado a passar por estradas difíceis, o acesso à própria casa é um desafio e tanto. "Já aconteceu até do ônibus não conseguir descer por causa de chuva, barro e o risco de atolar", reclama. Por essas e por outras, o morador é a favor de benfeitorias e também do protesto em forma de música do vizinho. "Com tanto buraco, dava pra formar várias bandas, de diferentes estilos e vir pedir melhorias", sugere.
Depende de recursos
De acordo com o secretário municipal de Obras, Sandro Nóbrega, a via será revitalizada, mas não há previsão. "No devido tempo será feita a capa asfáltica. Conforme vamos tendo recursos, vamos fazendo. Dentro de uma escala de prioridades, mas não tem data prevista".