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Foram 594 toneladas em 2020!

Com a agricultura familiar, Uraí se torna a maior produtora de manga do Paraná

Redação Bonde com AEN
08 nov 2021 às 14:45
- Ari Dias/AEN
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Do alto dos seus quase 80 anos, José Bueno é considerado uma lenda em Uraí, cidade de pouco mais de 11 mil habitantes no Norte do Paraná. Uma história verídica e que transformou a vida da família há cerca de 30 anos deu origem à fama que ele carrega com muito orgulho – e faz questão de contar para quem se dispõe a prosear com o veterano agricultor.


“Eu nasci em Uraí. Comprei um terreno de dez alqueires com a cara e a coragem e plantei 4 mil pés de abacate. Mas não deu muito certo. Precisava vender dez quilos da fruta para tomar uma cachaça, copo pequeno ainda por cima. Arranquei tudo e plantei manga”, diz, com riso solto.

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A mudança de cultura transformou a vida dos Buenos de um modo que nunca mais faltou dinheiro para bebericar aquela pinguinha para “abrir o apetite” – nem para criar os filhos, um time com três homens e três mulheres. “A manga me deu tudo. Cheguei a amanhecer na roça, em cima de um trator, para juntar um troquinho e cuidar da família”, recorda.

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José tem 1,5 mil pés de manga na propriedade, divididos em três variedades: tommy, palmer e kent. Em um dia bom, conta, chega a colher 500 caixas de 20 quilos da fruta, sempre de novembro a março, o que gera emprego temporário para cerca de dez pessoas.

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“Rende 5 mil caixas, que encaminho quase que na totalidade para a Ceasa [Central Estadual de Abastecimento] de Curitiba”, afirma o ex-vereador que diz conhecer Uraí como a palma da mão.


A que mais produz – A plantação da família Bueno ajuda a fazer de Uraí a cidade que mais produz manga no Paraná. Segundo o Deral (Departamento de Economia Rural) da Seab (Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento) foram 594 toneladas em 2020, espalhados por 33 hectares de terra.

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É mais do que o dobro de Siqueira Campos, no Norte Pioneiro, segunda maior produtora, que mandou para o mercado 270 toneladas de manga no mesmo período.


A manga conquista cada vez mais espaço na busca por uma alimentação saudável. A fruta possui vitaminas A e C, magnésio, potássio, polifenóis como mangiferina, canferol, ácido benzoico e fibras. Entre outras ações, ajuda a combater inflamações, fortalecer o sistema imunológico e reduzir o risco de doenças cardiovasculares. “Além de ser muito saborosa”, ensina Bueno.

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“A fruta tem uma grande importância para o município. Fez de Uraí o polo no Estado, gerando emprego e renda, e tendo a agricultura familiar como base”, diz o chefe regional da Seab de Cornélio Procópio, Fernando Itimura.


Agricultura familiar que movimenta as propriedades de Fernando Vitorio Narante, de 41 anos. Ele administra diferentes áreas que, somadas, abastecem o Paraná por meio de 2.300 pés de manga (tommy, palmer e espada). “Estou há dez anos mexendo com a manga, sempre baseada na agricultura familiar, com ajuda dos filhos. Somente na colheita que chamamos de seis a sete pessoas para ajudar”, afirma.

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No Paraná – De acordo com a Secretaria da Agricultura e Abastecimento, o Paraná produziu 7,1 mil toneladas da fruta em 2020. “Já temos casos de sucesso, mas a fruticultura pode ocupar um espaço mais qualificado e importante na composição da renda das famílias, e esse é o nosso desafio”, afirma o secretário Norberto Ortigara. “Existe uma infinidade de espécies que podem ser cultivadas no Paraná com muita competência e atender indústrias de alimentos e cosméticos, por exemplo”.


A colheita de 2021 deve ficar um pouco abaixo do registrado no ano passado por causa de questões climáticas. “Faltou chuva, aí a florada não veio tão bonita”, explica Narante.


Nada, porém, que tire o bom humor do velho plantador de manga. “Antigamente a vida era difícil, agora estou bem sossegado”, diz Bueno, com a sabedoria de quem costuma “palestrar” sobre a fruta pelas ruas de Uraí.


Série – A manga de Uraí faz parte da série de reportagens “Paraná que alimenta o mundo, desenvolvida pela AEN (Agência Estadual de Notícias). O material mostra o potencial do agronegócio paranaense. Os textos são publicados sempre às segundas-feiras. A previsão é que as reportagens se estendam durante todo o ano de 2021.

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