De janeiro a outubro deste ano foram registrados sete casos de desaparecimentos em Londrina, mas apenas um ainda está sendo investigado. Quatro casos foram atendidos pela Delegacia de Homicídios.
O delegado Ricardo Jorge explica que para realizar o registro de desaparecimento é preciso ter o maior numero de informações possíveis e não omitir dados. '' O importante é fazer boletim mais rápido possível, ter informações como por exemplo onde essa pessoa estava, onde a pessoa iria, com qual roupa estava vestida, onde ela foi vista pela ultima vez. Mas é fundamental que a família fale a verdade para a polícia, pois muitas vezes os familiares omitem alguns dados, como por exemplo, o fato da pessoa ser usuária de drogas ou o adolescente estar em um relacionamento com uma pessoa que a família não aceita'', afirma.
Fotos da pessoa, número de telefone celular e as redes sociais também auxiliam os investigadores.
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O delegado ainda ressalta que não existe a necessidade de se esperar mais de 24h para registrar a ocorrência, mas que há diferença quando os casos são para crianças, adolescentes ou adultos. ''A pessoa desaparecida, menor de 12 anos é considerada criança, e neste caso, o boletim tem que ser feito imediatamente. Existe o Sicride (Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas) de Curitiba que atende em qualquer lugar do Estado, e em alguns casos pode vir até para Londrina. No caso de adolescentes, acima de 12 anos, a delegacia procurada pode atuar na investigação. Já o adulto, por ser maior de idade, tem o direito de sair quando bem entender, se caso a pessoa saiu e não quis avisar por motivos particulares, a polícia não pode fazer nada'', esclarece.
Após o desaparecimento, o recomendável é deixar que a polícia cuide das divulgação do caso, mas os parentes podem ajudar nas buscas. ''É melhor deixar a divulgação com a polícia, pois muitas vezes a pessoa coloca o telefone particular e está sujeito a receber trotes, golpes, falsos sequestradores entre outras coisas. O aconselhável é colocar o telefone da polícia.''
Além disso, algumas famílias não notificam as autorizadas de que a pessoa foi encontrada. ''É importante que a família notifique que a pessoa foi localizada para que os sistemas estejam sempre atualizados, pois se essa família não deu baixa no boletim e o desaparecido for tentar fazer alguma coisa pelo Estado, como tirar algum documento, pode ser que ela tenha problemas'', alerta Jorge.
Sem delegacia especializada em desaparecidos, os familiares podem procurar qualquer delegacia para registrar o boletim de ocorrência em Londrina. ''Se a família procurar a delegacia de homicídios, vai ser registrado o boletim, mas isso pode ser feito em qualquer delegacia da Polícia Civil'', explica o delegado. Segundo a Sesp (Secretaria de Segurança Pública do Paraná) ainda não há um projeto em aberto para se ter atendimento especializado na cidade.
(*Sob supervisão do editor on-line Rafael Fantin)