Emerson Fittipaldi mais uma vez retoma sua carreira nas corridas. Agora como chefe de equipe na Cart, Fórmula Mundial, Indy ou outro dos tantos nomes que tem a categoria que pensou em rivalizar com a F-1 e hoje vive dias pouco gloriosos. É uma decisão corajosa investir na categoria, que tanto pode voltar a crescer, quanto terminar de forma melancólica.
A temporada começou no último final de semana e pouca gente tomou conhecimento ou assistiu a prova. O carro de Emerson, nas mãos do português Tiago Monteiro, terminou a prova na sétima colocação, bom para piloto e equipes estreantes na categoria. Nas voltas iniciais o Rato deve ter se recordado das primeiras aceleradas a bordo de um Lotus de Fórmula-1, no longínquo ano de 1970, de sua primeira vitória, dos dois títulos mundiais, de tantos amigos mortos na pista e de sua luta por mais segurança. Época em que ensinou a todos os outros pilotos brasileiros o caminho das pedras – sem ele Piquet e Senna talvez não chegassem lá.
Pode ter pensado também nos anos difíceis da Copersucar-Fittipaldi, tratada pelos brasileiros da mesma forma que ocorre hoje com Rubinho. A equipe, que de 1975 a 1982 representou o Brasil na principal categoria do automobilismo teve poucos, e por isso mesmo inesquecíveis, momentos de glória – o segundo lugar de Emerson numa corrida no GP Brasil foi o maior deles – e muitas frustações.
O pensamento de Emerson deve ter viajado também para mais um caminho desbravado com cara e coragem: o automobilismo norte-americano. A Indy só se tornou popular no Brasil quando ele foi para os EUA, provar que ainda tinha talento e vontade de superar desafios. Passou a ser Emmo, ganhou um campeonato e por duas vezes as 500 Milhas de Indianápolis, corrida mítica para os automobilistas.
Mas os acidentes na pista e a queda de ultraleve o levaram de volta à aposentadoria, da qual agora abre mão para voltar a conviver com o cheiro de graxa e gasolina – no caso metanol. Emerson voltou para os boxes, parte de sua vida desde a mais tenra infância, quando o Barão Fittipaldi e dona Juse, seus adoráveis pais, aceleravam pelo antigo e maravilhoso Interlagos. Emerson abriu portas e criou uma dinastia. Que a história se repita.
Interior na final
A fase final do paranaense começa na próxima quarta com dois favoritos para a decisão. Em uma das chaves, o Coritiba, que em oito jogos só não conseguiu vencer a sensação do campeonato, o Paranavaí, joga sua invencibilidade contra o irregular Malutrom, em apenas uma partida e podendo empatar. Depois, as coisas devem se complicar no confronto contra Atlético ou Londrina, que jogam suas chances no meio da semana no interior do estado. Se o rubro-negro tem um time melhor no papel, a vantagem do empate e da torcida, novamente animada depois do período de vacas magras, é do tubarão.
Na outra chave, o destaque é o Paranavaí, favorito contra Grêmio Maringá, Prudentópolis e Iraty. Um desses clubes estará na final, certeza de ao menos um jogo decisivo fora da capital, único motivo que pode justificar a realização de um campeonato estadual.
Nota 10
Para os bons velhinhos Oscar, 45 anos, Michael Jordan, 40, e Romário, 37, que continuam a mostrar todo seu talento por quadras e campos. Vida longa aos craques.
Nota 0
Para torcedores de São Paulo, Palmeiras e Corinthians, que agora se matam também por causa do Carnaval. Sem esquecer do presidente de uma organizada do Santos preso com drogas e armas. O pior é que todas as organizadas são apadrinhadas e mantidas pelos dirigentes dos clubes, que incentivam os torcedores profissionais, muitas vezes marginais.