Agora quem dá bola é o Santos. A primeira frase do hino do Peixe nunca foi tão verdadeira. Tudo porque o Atlético entregou de bandeja a seu adversário a liderança do campeonato, ao perder para o Vasco em São Januário. O título dificilmente virá para a Arena e deve seguir o caminho da Vila Belmiro, para tristeza de muitos atleticanos que já comemoravam pelas ruas curitibanas no último domingo, antes da partida começar.
Mais do que a partida contra os cruz-maltinos, o agora provável vice-campeonato deve-se ao ridículo empate com o Grêmio, partida que o rubro-negro só não venceu porque não quis. Aqueles dois pontinhos perdidos estão fazendo muita falta.
Quanto ao jogo no Rio de Janeiro, é realmente lamentável o clima que foi criado e as cenas de violência ao redor do estádio. Algumas delas protagonizadas pelos atleticanos, flagradas pro câmeras de tv. Mas as brigas, confusões e a rixa entre Petraglia e Eurico Miranda não servem de desculpa. O que faltou foi competência, e um pouco de sorte também, na hora de decidir. Washington mesmo perdeu chances que não costuma perder, num dia em que a nau vascaína manteve-se firme e não afundou com o furacão.
Ironia
O mesmo Vasco que tirou a liderança do Atlético volta a ter papel importante na decisão do título, jogando contra o Santos, em São José do Rio Preto. Só que agora os cariocas já escaparam do rebaixamento e devem entrar em campo mais relaxados e descompromissados. Ao contrário do desesperado Botafogo, que jogará na Arena com a espada do rebaixamento sobre sua cabeça.
Vão ser duas partidas de arrepiar, bem como as outras quatro que envolvem os demais ameaçados pela Segundona. E tem gente que sente saudades dos mata-matas.
Méritos
Já faz alguns anos que o Brasiliense vem conquistando seu espaço no futebol brasileiro. Primeiro com o título da Terceira Divisão. Depois com o vice-campeonato da Copa do Brasil, quando só não conquistou o caneco graças a alguns dos mais escandalosos erros da arbitragem brasileira dos últimos anos. Agora chegou a hora de conquistar a Série B e carimbar o passaporte para a elite do futebol em 2005.
O time tem uma boa estrutura, costuma fazer uma mescla de atletas consagrados – que perderam espaço nos grandes times – com jovens valores e aposta em técnicos em início de carreira, como Péricles Chamusca (hoje no São Caetano) e Edinho.
Teria tudo para ser um fenômeno elogiável, não fosse o seu dono, o ex-senador cassado Luiz Estevão. Mais um cartola para o clube dos Euricos, Mustafás, Citadinis...
O time da virada
Repetindo a história do quadrangular semifinal, o Fortaleza chegou à última rodada das finais da Série B como lanterna do grupo e terminou classificado.
Na primeira vez, venceu o então líder Ituano por 2 x 0, fora de casa, e pulou de quarto para primeiro, garantindo vaga no quadrangular final.
Agora venceu, novamente por 2 x 0 só que em casa, o então favorito Avaí, saindo do quarto lugar para o vice-campeonato da Segundona. Em Fortaleza o Carnaval chegou antes do Natal.
Pílula
Será que alguém vai ter coragem de ir ao estádio assistir Grêmio x Guarani, o jogo dos rebaixados?
Nota 10
Para Brasiliense e Fortaleza, os novos integrantes da Primeira Divisão.
Nota 0
Para o tropeço do Atlético no penúltimo passo.